
EUA revogam vistos de mais de 300 universitários por protestos pró-Palestina

O governo dos Estados Unidos revogou os vistos de mais de 300 estudantes universitários em meio a uma repressão contra ativistas pró-palestina nos campi do país. A informação foi divulgada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, durante uma visita à Guiana.
"Talvez mais de 300 neste momento. Fazemos isso todos os dias, cada vez que encontro um desses 'maluquinhos'", afirmou Rubio, citado pela imprensa brasileira, ao comentar sobre o assunto. Ele acrescentou ainda que espera que essa situação tenha um desfecho definitivo: "Porque vamos livrar-nos deles".
A medida ocorre em um contexto de persistência das políticas contra manifestações universitárias relacionadas ao conflito entre Israel e Palestina. O ex-presidente e atual candidato republicano Donald Trump já havia criticado os protestos nas universidades e a postura do governo Joe Biden em relação ao conflito.

Um dos casos mais notáveis é o do palestino Mahmoud Khalil, líder de manifestações na Universidade de Columbia, em Nova Iorque. O ativista foi detido pelas autoridades, teve seu green card revogado e corre o risco de deportação por protestar contra a guerra de Israel em Gaza.
Outro episódio recente envolve a estudante de doutorado turca Rumeysa Ozturk, da Universidade de Tufts, em Massachusetts. Agentes da imigração detiveram a aluna após a publicação de um artigo de opinião no qual pedia o reconhecimento do "genocídio" contra os palestinos.
A congressista democrata Ayanna Pressley criticou a ofensiva, acusando o presidente dos EUA de tentar "tirar o estatuto legal dos estudantes". Já o governo Trump argumenta que a liberdade de expressão protegida pela Constituição dos EUA não se estende a estrangeiros e que as ações visam reforçar ambientes hostis para estudantes judeus.
Sem mencionar casos específicos, Rubio explicou que os critérios para a revogação de vistos envolvem a participação em protestos com atos de vandalismo, assédio ou ocupação de edifícios universitários:
"Se mentirem, conseguirem um visto e depois entrarem nos Estados Unidos e, com esse visto, participarem neste tipo de atividades, revogaremos o visto, declarou''.