Putin propõe considerar a introdução de um governo provisório na Ucrânia, sob os auspícios da ONU

A possibilidade de introduzir um governo provisório na Ucrânia poderia ser debatida sob os auspícios da ONU junto com os EUA, países europeus e parceiros da Rússia, afirmou nesta quinta-feira o presidente russo, Vladimir Putin.

Durante uma reunião na cidade russa de Murmansk, o mandatário russo ressaltou que há outra questão no conflito ucraniano, da qual "se fala, mas não se detém", que é a ilegitimidade das lideranças do regime de Kiev.

Ele detalhou que, embora a constituição ucraniana dê a prerrogativa de nomear representantes do poder executivo ao presidente, Zelensky ocupa a cadeira de forma ilegítima, após a expiração de seu mandato e sua recusa em convocar novas eleições.

"Se o mesmo é ilegítimo, também são todos os outros. Nas condições desta Ucrânia ilegítima de fato, os grupos neonazistas estão conseguindo mais armas e recrutando novos combatentes em suas fileiras", esclareceu Putin, referenciando o batalhão neonazista ucraniano Azov*.

Desta forma, o poder real está nas mãos das organizações neonazistas, prosseguiu. "Ao mesmo tempo, isso significa que não está claro com quem vamos assinar os documentos e não está claro qual seria a validade [desses atos], porque amanhã chegarão novos líderes. E essas formações neonazistas estão começando a liderar o país", esclareceu Putin.

Nesta situação, se questionou sobre a possibilidade de manter diálogos com os atuais dirigentes ucranianos, e propôs uma solução que já possui precedentes históricos.

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"Nestes casos, a prática internacional segue um caminho bem conhecido no marco da manutenção da paz pela ONU. E em várias ocasiões, ocorreu o que se denomina como gestão exterior ou governo provisório", declarou.

"Em princípio, seria possível, sob os auspícios da ONU, EUA e os países europeus, e claro, com nossos aliados e amigos, discutir a possibilidade de introduzir um governo provisório na Ucrânia. Com qual finalidade? Para realizar eleições democráticas e levar ao poder um governo capaz, que goze da confiança do povo. E então poderemos começar a negociar com eles um tratado de paz e assinar documentos legítimos, que serão reconhecidos em todo o mundo", explicou o chefe de Estado russo.

Ao mesmo tempo, enfatizou que essa é apenas uma das opções possíveis.

"Há uma prática semelhante nas atividades das Nações Unidas. [...] De modo geral, acolhemos com satisfação a resolução de qualquer conflito, inclusive este, mas não às nossas custas", concluiu Putin.

* Organização proibida e classificada сomo organização terrorista na Rússia.