
Macron quer enviar tropas para regiões estratégicas da Ucrânia

O presidente francês Emmanuel Macron prometeu nesta quinta-feira (27) que Paris continuará apoiando Kiev e afirmou que o objetivo é de, "fundamentalmente, conquistar a paz", e que, para isso, seria necessário colocar a Ucrânia em uma "melhor posição para negociar".
"Continuaremos apoiando o povo ucraniano e o exército ucraniano no curto prazo", declarou ele em uma coletiva de imprensa na cúpula da chamada "coalizão dos dispostos", que reúne cerca de 30 líderes de países aliados à Ucrânia.

Na reunião, vários países europeus concordaram em manter o apoio ao regime de Kiev, além de novos programas de treinamento para as tropas ucranianas e a aceleração dos "desembolsos de empréstimos decididos no G7" para facilitar a compra de munição de artilharia pela Ucrânia.
Além disso, Macron anunciou também o envio de uma "missão franco-britânica" nos próximos dias com o objetivo de "fortalecer o exército ucraniano", mencionando também a futura possibilidade de enviar forças europeias para a Ucrânia após um eventual acordo de paz.
Em seu discurso, o presidente francês observou não haver unanimidade sobre o assunto entre os países da União Europeia, mas destacou que "seriam forças de alguns países presentes em pontos estratégicos previamente acordados com os ucranianos, o que significaria um apoio de longo prazo, uma garantia para os exércitos, e teria um efeito dissuasivo diante de uma possível agressão".
"Esperemos o melhor, mas nos preparemos para o pior"
Questionado sobre as críticas do enviado especial do presidente Trump, Steve Witkoff, à proposta de envolver as forças europeias, Macron minimizou os comentários, dizendo que seu foco está no que a Europa pode fazer por conta própria.
"Temos que esperar o melhor, mas nos preparar para o pior", afirmou, expressando otimismo de que Washington se unirá às forças europeias, mas, ao mesmo tempo, estando ciente de que o apoio americano pode não vir.
Segundo Macron, que elogiou repetidamente a disposição de Trump de encerrar o conflito, os EUA continuam sendo um aliado "confiável". No entanto, ele reconheceu que as posições dos dois países podem ser divergentes e insistiu que a Europa deve ser capaz de defender seus próprios interesses.
O líder francês também expressou esperança de que o presidente chinês Xi Jinping "possa desempenhar um papel muito ativo" na promoção de uma "paz sólida e duradoura".
"Acho que a China tem todo o direito de fazer isso como membro permanente do Conselho de Segurança e considerando as iniciativas já tomadas anteriormente", argumentou, referindo-se à iniciativa sino-brasileira.