
China fez primeiro transplante bem-sucedido de fígado de porco geneticamente modificado

Médicos chineses anunciaram, nesta quarta-feira (26), a realização bem-sucedida do primeiro transplante de fígado de porco geneticamente modificado em um ser humano. A cirurgia foi conduzida pela Quarta Universidade Médica Militar, em Xi'an, na China.
O procedimento foi realizado no ano passado em um paciente com morte cerebral. O órgão funcionou com sucesso por 10 dias no corpo do paciente. O experimento foi interrompido após os familiares solicitarem a suspensão da continuidade do procedimento.

''A cirurgia foi realmente um sucesso. O fígado do porco funcionou muito bem no corpo humano. Por isso, é um grande feito'', informou a equipe de cientistas em uma declaração divulgada pelo Sic Notícias.
Procedimento
O porco passou por seis modificações genéticas até que os pesquisadores encontrassem a melhor forma de evitar a rejeição do órgão pelo corpo humano. Após o transplante, o fígado começou a funcionar, apresentando sinais positivos, como a produção de bile, essencial para a digestão de gorduras, e a liberação de albumina suína, uma proteína presente no sangue.
''Havia boas evidências de compatibilidade, o que é realmente animador'', disse Peter Friend, professor de transplantes da Universidade de Oxford, em publicação da Revista Exame.
Transplantes suínos
Nos últimos anos, cientistas têm realizado transplantes de órgãos de porcos em seres humanos. Cirurgiões da China e dos Estados Unidos já transplantaram corações, rins e até uma glândula timo de porcos em um pequeno grupo de pacientes.
O primeiro transplante de rim de porco ocorreu em setembro de 2021, em um paciente com morte cerebral. Em 2022, foi realizado o primeiro transplante de coração de porco em um ser humano, mas o paciente faleceu dois meses depois.
Futuro
A comunidade científica está otimista com o avanço alcançado em um curto período. Essas intervenções com órgãos de porcos ajudam a suprir a alta demanda por transplantes, diante da escassez de doadores humanos.
No entanto, Peter Friend, professor de Oxford, adverte que ''isso não é um substituto para o transplante de fígado de doadores humanos, pelo menos no curto prazo''.