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Celso Amorim nega que BRICS seja 'anti-Ocidente' e reforça papel do grupo no equilíbrio global

Assessor especial da Presidência destaca compromisso do bloco com multilateralismo e desenvolvimento.
Celso Amorim nega que BRICS seja 'anti-Ocidente' e reforça papel do grupo no equilíbrio globalIsabela Castilho/BRICS/Agência Gov

A décima edição do Diálogo de Planejamento de Política Externa do BRICS foi realizada nesta semana, a partir de terça-feira (25), no Palácio do Itamaraty, em Brasília, reunindo autoridades dos países-membros para debater estratégias de cooperação internacional.

Durante o evento, Celso Amorim , assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, rejeitou a ideia de que o BRICS seja uma aliança contra o Ocidente, enfatizando seu papel como força de equilíbrio geopolítico e de desenvolvimento.

"O BRICS nasceu de uma convergência de interesses (...), e hoje representa um contrapeso geopolítico", afirmou Amorim, destacando que o bloco não é "anti", mas sim "pró"-desenvolvimento, pró-multilateralismo, pró-equilíbrio e pró-justiça social"

O encontro, que se estendeu por dois dias, abordou temas como as tendências da geopolítica global e a necessidade de uma governança internacional mais justa. A ampliação do bloco para 11 membros, com a recente entrada da Indonésia, também foi discutida, sendo vista como um avanço para garantir maior representatividade do Sul Global nas decisões internacionais.

O embaixador da Indonésia, Spika Tutuhatunewa, celebrou a adesão de seu país ao grupo e destacou o interesse em fortalecer cooperações em áreas como mudança climática, inteligência artificial e segurança alimentar. "A Indonésia quer trabalhar com os demais membros para fortalecer essa nova ordem", afirmou.

Postura colaborativa 

Além de Amorim, outras lideranças internacionais reforçaram que o BRICS não tem caráter confrontativo. Durante a XVI Cúpula do BRICS, na Rússia, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, negou que o fortalecimento do grupo representasse um afastamento de Brasília em relação ao Ocidente. "O Brasil não é contra ninguém . O Brasil é a favor da cooperação e do desenvolvimento", declarou.

O presidente russo, Vladimir Putin, também reiterou que o BRICS não se posiciona contra outros blocos, mas sim em prol dos interesses de seus membros: "Não estamos construindo nenhuma agenda de confronto dentro do BRICS".

O Diálogo de Planejamento de Política Externa, que acontece anualmente desde 2015, foi destacado como um espaço essencial para troca de análises sobre a política internacional. O evento deste ano, sob a presidência brasileira do BRICS, reforçou o compromisso do bloco com a cooperação entre economias emergentes e a construção de uma ordem global mais equilibrada.