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'Odeio ter que resgatar a Europa novamente': fala vazada de vice-presidente dos EUA revela desprezo pela UE
Anteriormente, o editor-chefe do jornal The Atlantic teve acesso privilegiado a informações sobre a operação militar do governo Trump empreendida contra os Houthis.
As declarações de altos funcionários dos EUA em uma conversa vazada alimentaram ainda mais as suspeitas da União Europeia sobre a insatisfação dos círculos políticos dos EUA com a Europa, informou a Bloomberg na terça-feira (25).
Entre outras questões, os participantes do chat discutiram a importância do Canal de Suez para o comércio internacional, que se tornou um palco de tensões crescentes, forçando as empresas de navegação a enviar seus navios por uma rota mais cara através do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul.
O usuário identificado como o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, enfatizou que 40% do comércio europeu passa pelo Canal de Suez e, em outra mensagem, escreveu: "Eu só odeio ter que resgatar a Europa novamente", referindo-se ao argumento do governo dos EUA de que seus aliados europeus se beneficiam economicamente da proteção das rotas marítimas internacionais por Washington.
Outro usuário identificado como Pete Hegseth, secretário de Defesa, concordou com o apontamento de Vance, ressaltando que o comportamento "aproveitador" dos europeus é "PATÉTICO".
EUA vs. Europa
A controvérsia ocorre em um momento de intranquilidade na Europa, em meio a repetidas acusações do presidente dos EUA, Donald Trump, de que os países do continente não gastam o suficiente em defesa, direcionando seus investimentos nesse âmbito para a Ucrânia.
Após as tarifas anunciadas por Trump sobre as importações de alumínio e aço, que afetarão as exportações da UE, o bloco realizou contramedidas. Nesse contexto, o presidente dos EUA afirmou que o bloco europeu foi criado para "tirar vantagem" de seu país e ameaçou impor tarifas de 200% sobre seu vinho, champanhe e outras bebidas alcoólicas.
O discurso de Vance na Conferência de Segurança de Munique foi crítico à atuação dos países do continente europeu. "A ameaça que mais me preocupa na Europa não é a Rússia, não é a China, não é nenhum outro ator externo. O que me preocupa é a ameaça interna", afirmou J.D. Vance. "Quando vemos tribunais europeus cancelando eleições, com altos funcionários ameaçando cancelar outras, temos que nos perguntar se estamos nos mantendo em padrões [democráticos] adequadamente elevados”, acrescentou.