
Sono prolongado pode estar associado a risco de morte prematura

O tempo ideal de sono é de 7 a 9 horas por dia, e o aumento da duração do sono além desse limite significa um risco maior de morte prematura, afirma o médico especialista em sono e chefe do Centro de Medicina do Sono do Hospital Universitário Estatal Lomonosov de Moscou, Alexander Kalinkin, em uma entrevista à RBC.
O especialista destacou dois processos principais que podem influenciar o aumento da duração do sono. Primeiro, a luta do corpo contra as consequências patológicas dos distúrbios do sono e, segundo, as doenças relacionadas ao sono são frequentemente acompanhadas de inflamação crônica, o que também leva à sonolência.

"Em primeiro lugar, precisamos entender a que está relacionado o aumento da duração do sono. Na maioria dos casos, não é um aumento do sono saudável, mas uma manifestação de alguma patologia", explicou o cientista.
Como exemplo de distúrbios, Kalinkin citou a apneia do sono, que causa interrupções na respiração durante o sono. "Esses pacientes apresentam aumento da sonolência diurna devido à fragmentação do sono, à privação de oxigênio e ao acúmulo de CO2 no corpo. Os pacientes com uma forma particularmente grave de apneia podem dormir entre 12 e 16 horas por dia", disse ele.
Há também pacientes com narcolepsia, também conhecida como sonolência diurna crônica.
Os cientistas destacam outros motivos pelos quais é importante manter um horário de sono saudável.
Ganho e perda de peso
Na fase profunda do sono, a pressão arterial e a frequência de pulso diminuem, e muitos hormônios são produzidos, incluindo o hormônio do crescimento, que ajuda a quebrar a gordura durante o sono e regula o crescimento dos ossos, órgãos e músculos.
Por exemplo, crianças com problemas de sono geralmente sofrem de obesidade e crescimento atrofiado, enquanto adultos com apneia têm grande dificuldade em perder peso.
Funções cognitivas prejudicadas
Um grupo de jovens saudáveis foi submetido a um experimento no qual a duração do sono foi gradualmente reduzida em uma, duas e três horas. Os resultados dos testes subsequentes mostraram uma relação direta: quanto mais o tempo de sono era reduzido, mais erros os participantes cometiam nos testes de funções cognitivas, como memória, atenção e raciocínio.
Riscos do despertador
O corpo percebe o despertador como um forte fator de estresse. Por isso, se houver um horário regular de sono, é aconselhável abandonar seu uso. A necessidade de um despertador indica uma patologia do sono ou sinaliza que a pessoa escolheu o horário errado para dormir ou acordar.
Caso não seja possível se livrar completamente do despertador, os especialistas recomendam o uso de um dispositivo de luz em vez de um de som, que simula o amanhecer e ativa gradualmente o cérebro.