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Relatório da ONU condena a "rápida deterioração" dos direitos humanos na Cisjordânia

O ACNUDH manifesta profunda preocupação com a situação e apela a medidas decisivas para conter a crise humanitária.
Relatório da ONU condena a "rápida deterioração" dos direitos humanos na CisjordâniaGettyimages.ru / Joel Carillet

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) divulgou nesta quinta-feira um relatório apontando para uma "rápida deterioração" dos direitos humanos na Cisjordânia ocupada e cobrou uma "resposta imediata" das autoridades israelenses.

Segundo o documento, entre 7 de outubro e 27 de dezembro, 300 palestinos foram mortos, incluindo 79 crianças e 3 homens com deficiência. Destes, as Forças de Defesa de Israel mataram pelo menos 291 palestinos.

"O uso de meios e armas táticas militares em contextos de aplicação da lei, o uso de força desnecessária ou desproporcional e a aplicação de restrições de movimento amplas, arbitrárias e discriminatórias que afetam os palestinos são extremamente preocupantes", disse o chefe do ACNUDH, Volker Türk.

Türk ainda pediu às autoridades israelenses que tomem "medidas imediatas, claras e eficazes para pôr fim à violência" contra a população palestina, e fez um apelo ao fim das detenções arbitrárias, dos maus-tratos aos palestinos e ao levantamento das restrições discriminatórias aos movimentos.

"As violações documentadas neste relatório repetem o padrão e a natureza das violações relatadas no passado no contexto da ocupação israelita de longa data da Cisjordânia. No entanto, a intensidade da violência e da repressão é algo que não se via há anos", afirmou Türk.

O relatório descreveu um aumento acentuado nos ataques aéreos, bem como nas incursões de veículos blindados de transporte de pessoal e de escavadoras enviadas para campos de refugiados e outras áreas densamente povoadas na Cisjordânia, resultando em mortes, feridos e danos extensos a objetos e infraestruturas civis.

O ACNUDH manifesta profunda preocupação com a situação e apela a medidas decisivas para conter a crise e evitar uma maior deterioração dos direitos humanos na região.