
Brasil acusa Israel de violar direito internacional ao comentar morte de jovem palestino-brasileiro

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil comentou nesta terça-feira a morte do jovem brasileiro Walid Khalid Abdalla Ahmad, de 17 anos, na prisão israelense de Megido, exigindo que o governo de Israel conduza uma investigação rigorosa sobre o fato.
"Em linha com suas obrigações internacionais, o governo israelense deve conduzir investigação célere e independente acerca das causas do falecimento, bem como dar publicidade às suas conclusões".
A nota também denuncia que 11 brasileiros residentes no Estado da Palestina seguem presos em Israel, ressaltando que "a maioria dos quais sem terem sido formalmente acusados ou julgados, em clara violação ao Direito Internacional Humanitário".

O Itamaraty ressalta que as autoridades brasileiras locais estão em contato com a família de Walid Khalid Abdalla Ahmad, e que está "prestando a assistência consular cabível".
Entenda o caso
O adolescente faleceu no domingo (23), enquanto estava sob custódia do governo israelense na prisão de Megido.
Morador da Cisjordânia, o jovem havia sido preso em setembro de 2024, após participar de protestos contra os massacres de Israel em Gaza, responsáveis por vitimar mais de 50 mil palestinos desde outubro de 2023.
A Federação Árabe Palestina Brasileira (Fepal) afirmou à Folha de S.Paulo que o complexo de Megido é conhecido pelos relatos de tortura, como choques elétricos, espancamentos, privação de alimentos e até o uso de cães contra detentos.
- Atualmente, cerca de 6 mil palestinos de origem brasileira vivem na Cisjordânia. De acordo com números oficiais da Autoridade Palestina, citados pelo jornal, indicam que 63 prisioneiros palestinos morreram em prisões israelenses durante o conflito.