
'EUA ouviram sinal de Moscou': Lavrov comenta resultados das negociações entre Rússia e EUA

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, comentou em uma entrevista a Pervy Kanal sobre os resultados das negociações entre as delegações russa e norte-americana em Riad, na Arábia Saudita, na segunda-feira, que duraram mais de 12 horas. O ministro observou que as partes se concentraram principalmente em questões de segurança marítima no Mar Negro.
De acordo com o chanceler russo, Moscou é a favor da retomada da Iniciativa do Mar Negro em uma forma "mais aceitável para todos", mas para isso a Rússia precisa de "garantias claras" que só podem vir de uma ordem de Washington ao líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky.

Lavrov enfatizou que Moscou não pode confiar apenas na palavra de Kiev, por isso, na avaliação dele, é importante criar condições para que ninguém tente "afastar a Rússia desse mercado". Vale a pena mencionar que, durante os tratados da Iniciativa do Mar Negro, os pactos só foram cumpridos na parte relacionada ao comércio de grãos ucranianos, embora também previssem a exportação de produtos agrícolas e fertilizantes russos.
"Agora precisamos de garantias e mecanismos mais claros, concretos, verificáveis e funcionais".
"Os EUA ouviram o sinal da Federação Russa sobre as garantias; [Washington] entende que somente ela pode alcançar um resultado positivo na cessação dos ataques terroristas e dos ataques em Kiev", disse Lavrov.
De acordo com Lavrov, a delegação russa em Riad lembrou aos EUA que o fracasso anterior da Iniciativa do Mar Negro foi devido à "intercessão da Ucrânia". "Levando em conta o histórico da própria Ucrânia, é claro, toda a história [da Iniciativa do Mar Negro], queríamos que não houvesse ambiguidade desta vez", enfatizou o ministro das Relações Exteriores da Rússia.
- A Iniciativa do Mar Negro é um acordo sobre a exportação de produtos agrícolas ucranianos e russos que foi assinado em Istambul em julho de 2022 com o objetivo de retomar os embarques de grãos que haviam sido bloqueados devido ao conflito na Ucrânia.
- Em 17 de julho de 2023, a Rússia comunicou oficialmente às partes envolvidas sua decisão de não renovar o acordo, argumentando que os compromissos não foram devidamente cumpridos e que o pacto havia se desviado de seu propósito inicial.