
'Fui esculachado várias vezes pela Polícia Federal', queixa-se Bolsonaro

Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, criticou nesta segunda-feira, durante sua participação no podcast Inteligência Ltda, o tratamento concedido aos presos envolvidos em nos atos contra prédios institucionais de Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.
''Uma pessoa presa com motivo, ela tem uma maneira de encarar a cadeia. Mas uma pessoa inocente, como a Débora, tem outra maneira'', afirmou.
Débora Rodrigues dos Santos, 39 anos, cabeleireira de Paulínia (SP), foi presa por pichar com batom a estátua A Justiça nos atos de 8 de janeiro. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) votou por sua condenação a 14 anos de prisão, além de multa e indenização de R$ 30 milhões. Em carta ao STF, ela pediu desculpas e disse ter compreendido o valor do monumento.
Nesse contexto, Bolsonaro afirmou que foi ''esculachado várias vezes pela Polícia Federal". "Esculachado da forma que te convocam", explicou, acrescentando que já foi convidado para depôr em sete ocasiões diferentes.

O ex-presidente também questionou por que o Supremo Tribunal Federal não o convocou para esclarecer se Felipe Martins estava no avião com destino aos EUA no dia 30 de dezembro.
Bolsonaro faz referência à investigação contra seu ex-assessor, acusado de elaborar uma minuta de golpe de Estado no final do governo anterior. Sua viagem aos EUA antes da posse de Lula gerou suspeitas de tentativa de fuga e articulação externa, especialmente após rumores de que teria embarcado com o presidente para Orlando em 30 de dezembro de 2022, informação não confirmada pelas autoridades.
Em outro segmento da entrevista, Bolsonaro voltou a negar as acusações de que tenha planejado um golpe de Estado, afirmando que mesmo José Múcio, ministro da Defesa do governo Lula, teria reconhecido não se tratar de uma tentativa de golpe. ''Golpe é povo, tem tanque, tem uma liderança, e tem alguém financiando'', argumentou Bolsonaro.