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Ao entrar nessa ilha proibida no Brasil, sua vida pode estar em sério risco

Uma ilha brasileira é considerada a mais perigosa do mundo por causa das milhares de cobras venenosas que a habitam.
Ao entrar nessa ilha proibida no Brasil, sua vida pode estar em sério riscoJoão Marcos Rosa

A ilha brasileira de Queimada Grande, também conhecida como "Ilha das Cobras", é considerada uma das mais perigosas do mundo

Localizada a 35 quilômetros da costa de São Paulo, seus 430 mil metros quadrados abrigam milhares de cobras venenosas e constituem uma área de conservação protegida onde os seres humanos não podem pisar. Apenas alguns cientistas obtêm permissão do governo brasileiro para visitar a ilha.

O nome "Queimada" faz referência às enormes fogueiras que eram acesas para espantar as cobras pelos pescadores que desembarcavam na ilha.

Acredita-se que a ilha já tenha feito parte do continente, mas há 11.000 anos o nível dos oceanos subiu e isolou esse fragmento de terra, permitindo que as cobras que lá viviam proliferassem na ausência de predadores que pudessem controlar sua população, informa a National Geographic.

Evoluíram de forma diferente

O isolamento forçou essas cobras a evoluírem de forma diferente das espécies que viviam no continente, tornando seu veneno cinco vezes mais potente. A razão para isso é que, com o desaparecimento dos pequenos roedores dos quais as cobras normalmente se alimentam, elas tiveram que recorrer à caça de aves migratórias. Esses pássaros são maiores do que os roedores e, portanto, a quantidade de veneno necessária para matá-los também é maior.

A espécie mais perigosa a dominar a ilha, a Bothrops insularis, é endêmica da Queimada Grande e é considerada uma das mais venenosas do mundo. Seu veneno causa dor intensa, náuseas, vômitos, hemorragia interna e apresenta uma taxa de letalidade de 93%.

O governo brasileiro estima que cerca de duas mil dessas serpentes habitem a ilha. Mas apesar da alta densidade de indivíduos dessa espécie em um território tão pequeno, sendo a Queimada Grande seu único habitat, a Bothrops insularis é considerada como em sério risco de extinção.