
Irã: 'Não temos medo da guerra e estamos prontos para qualquer situação'

O Irã não tem medo de guerras e está preparado para travá-las, mas não está disposto para iniciá-las, afirmou o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, em entrevista à agência de notícias Mizan.
O chanceler enfatizou que a política externa do Irã está "claramente focada na diplomacia e em evitar a guerra". "Não estamos caminhando para a guerra e vamos evitá-la tanto quanto possível, porque ela tem seus custos, riscos e perdas", disse.

Araghchi observou que o Irã manterá sua posição de negociação "exceto quando a guerra for inevitável, o que tem suas próprias condições". "Não estamos procurando a guerra; não temos medo e estamos preparados para qualquer situação", garantiu.
De qualquer forma, ele acredita que a diplomacia nunca termina e deve ser sempre considerada como uma ferramenta principal. "Naturalmente, quais métodos devem ser usados em uma questão específica e quando, é naturalmente uma questão de debate", esclareceu o ministro, observando que Teerã levou a mensagem diplomática ao "máximo de sua capacidade" para suspender as sanções contra ele.
Negociar ou não com os EUA?
Quanto ao retorno das negociações com os EUA sobre o programa nuclear iraniano, Araghchi afirmou que isso não é do "interesse" do Irã no momento. Ele explicou que um retorno ao Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA) não faz sentido porque sua forma e conteúdo já estão obsoletos. Se ele for retomado agora, "definitivamente seguiremos o mesmo caminho", disse.
"Nossa situação nuclear avançou significativamente e não podemos mais voltar aos termos do JCPOA", explicou o líder da diplomacia iraniana, acrescentando que, com a "experiência" que eles têm agora, é possível e necessário "fazer ajustes e mudanças" nele.
Araghchi esclareceu que "dizer não" às negociações com Washington não é uma questão de "teimosia", mas se deve à "história, experiência e histórico". "Nessas condições, não é mais possível entrar em negociações com os EUA, a menos que algumas coisas mudem", disse.
"Portanto, a questão de não negociar com os EUA não deve ser vista como um sinal de impasse", concluiu.
ENTENDA O PROGRAMA NUCLEAR DO IRÃ LENDO NOSSO ARTIGO.