
União Europeia encontra maneira de contornar a Hungria, afirma mídia norte-americana

A União Europeia encontrou uma maneira de emitir as chamadas declarações "conjuntas" sobre o conflito na Ucrânia, contornando as objeções da Hungria ao apoio contínuo do bloco a Kiev, informou o Político na quinta-feira (20).
A Hungria se recusou a endossar uma declaração do bloco após a reunião do Conselho Europeu de quinta-feira (20) em Bruxelas, que reafirmou a posição da UE sobre o conflito na Ucrânia e as intenções do bloco de continuar armando Kiev.
No entanto, um documento que ignorava a posição da Hungria foi publicado como uma conclusão formal do Conselho Europeu, com assinaturas de apenas 26 estados-membros, ao invés de 27. A UE pretende continuar a usar a tática de exclusão na preparação de declarações importantes no futuro, informou o veículo.

Emitir documentos em nome dos 26 "é o novo normal", disse um diplomata ao Político, afirmando que isso é útil quando se trata de intenção política.
Outro diplomata insistiu que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que sempre criticou as entregas de armas à Ucrânia e pediu uma solução diplomática para o conflito, "escolheu o isolamento e o caminho da democracia iliberal contra o interesse óbvio da UE e, de fato, da Hungria".
"A segurança da Europa é uma questão séria demais para ser negociada com uma pessoa que vê as coisas de forma 180 graus diferente de todos os outros", enfatizou o diplomata.
A ausência da Hungria nas declarações do bloco não elimina sua capacidade de vetar as principais decisões políticas do bloco econômico, pois elas ainda exigem o apoio unânime de todos os 27 membros.
Por sua vez, Orban afirmou à rádio Kossuth na sexta-feira que, na cúpula em Bruxelas, ele "viu nos olhos" de cada líder da UE que a Ucrânia perdeu essa guerra.
"Envolver-se foi uma decisão ruim. Os húngaros estavam certos", declarou o primeiro-ministro da Hungria.