
País africano oferece minerais essenciais a Trump em troca de ajuda militar

O presidente da República Democrática do Congo (RDC), Felix Tshisekedi, propôs ao presidente norte-americano, Donald Trump, acesso a minerais essenciais para empresas de tecnologia em troca de assistência militar na luta contra o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), informou o The Wall Street Journal na quarta-feira (19).
De acordo com o jornal, o líder congolês enviou uma carta a Trump em 8 de fevereiro, oferecendo oportunidades de mineração para o fundo soberano dos EUA que ele havia ordenado que fosse criado alguns dias antes.

"Sua eleição marcou o início de uma era de ouro para os Estados Unidos. Nossa parceria proporcionará aos EUA uma vantagem estratégica na obtenção de minerais essenciais, como cobalto, lítio, cobre e tântalo da República Democrática do Congo", escreveu Tshisekedi.
Em troca, ele pediu a Trump um "pacto formal de segurança" que ajudaria o exército congolês a derrotar o M23, embora não tenha especificado o tipo de apoio militar que espera de Washington.
Discussões com a Blackwater
Uma porta-voz de Tshisekedi confirmou a autenticidade da carta, observando que é do "interesse comum das empresas americanas, como a Apple e a Tesla, comprar minerais diretamente da RDC" e usar sua riqueza mineral "para o benefício do mundo".
Autoridades locais e ocidentais entrevistadas pelo jornal indicaram que a oferta coincide com as negociações de Tshisekedi com Erik Prince, fundador da empresa militar Blackwater. Se as negociações forem bem-sucedidas, Prince ajudaria o governo congolês a "coletar e garantir os impostos das operações de mineração", acrescentaram.