
Fidel Castro e Mao Tsé-Tung ofereceram apoio a Brizola para garantir posse de Jango

O então líder do Partido Comunista da China, Mao Tsé-Tung, e o então primeiro-ministro de Cuba, Fidel Castro, ofereceram apoio para Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, em agosto de 1961. As informações são de um documento desclassificado nessa terça-feira pela CIA.
O documento afirma que foram oferecidos "apoio material", inclusive "voluntários" para Brizola, que buscava assegurar a posse do então vice-presidente João Goulart ("Jango"), após a renúncia de Jânio Quadros da presidência do Brasil.
O ex-governador gaúcho não aceitou o auxílio, embora tenha "apreciado o apoio moral", por não querer transformar uma crise política nacional em um assunto internacional.
O arquivo ressalta também que a oferta de apoio por parte de Castro vazou para a imprensa, enquanto a do líder do PCCh, não.
Brizola e a "Campanha da Legalidade"
O episódio ocorreu em meio à uma tentativa de golpe. Setores golpistas do país declararam que Jango era comunista, e aproveitaram sua viagem à China para negarem seu direito de assumir. Os três chefes das Forças Armadas brasileiras vetaram a sua posse.
Nesse contexto, Leonel Brizola deflagrou uma reação armada desde Porto Alegre, conhecida como "Campanha da Legalidade", almejando fazer cumprir o disposto na constituição. Entrincheirado no Palácio Piratini, sede do poder executivo estadual, o então governador teve um papel central na garantia da democracia brasileira naquele período.

Desclassificação de documentos da CIA
Entrou em vigor, nessa terça-feira, a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de retirar o sigilo de documentos referentes a morte do ex-presidente norte-americano, John F. Kennedy (JFK).
De acordo com a diretiva, de 17 de março de 2025, "todos os registros anteriormente retidos por classificação que fazem parte da coleção de registros sobre o assassinato do presidente JFK estão liberados".