China rechaça pressão sobre venda de portos panamenhos à BlackRock

Pequim advertiu contra o uso de táticas coercitivas em relações econômicas, defendendo que não sejam utilizadas para construção de hegemonia ou bullying.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, declarou nesta terça-feira que o país se opõe firmemente a qualquer medida que comprometa os direitos e interesses legítimos de outras nações por meio de coerção econômica, hegemonismo ou intimidação.

"A China sempre defendeu um comércio justo e equitativo", destacou a funcionária.

As declarações foram realizadas em referência à venda dos portos panamenhos de Balboa e Cristóbal, pela empresa chinesa de Hong Kong CK Hutchison, para um consórcio liderada pela gigante financeira norte-americana BlackRock. Ambos os portos estão localizados nas saídas do Canal do Panamá, uma das principais rotas comerciais do mundo.

O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, expressou preocupação sobre o tratamento dado a empresas de Hong Kong em outros países. A autoridade ressaltou que toda transação comercial deve cumprir requisitos legais e regulamentares, advertindo contra o uso de táticas de pressão nas relações econômicas internacionais.

A venda dos portos se dá após o Panamá ter abandonado, no mês passado, a iniciativa "Um Cinturão, Uma Rota" sob pressão norte-americana. O vice-ministro das Relações Exteriores da China, Zhao Zhiyuan, havia qualificado a decisão como "um erro que prejudica os interesses do Panamá".