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Kremlin se pronuncia após conversa telefônica entre Putin e Trump

O presidente russo e seu homólogo norte-americano fizeram uma ligação telefônica na terça-feira.
Kremlin se pronuncia após conversa telefônica entre Putin e TrumpGettyimages.ru / Aleksandr Vilf

O Kremlin comentou sobre a conversa telefônica entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente dos EUA, Donald Trump, que durou mais de duas horas.

"Os líderes expressaram seus pontos de vista com franqueza e profundidade sobre a situação na Ucrânia. Vladimir Putin expressou sua gratidão a Donald Trump por seus esforços no sentido de promover o nobre objetivo de cessar as hostilidades e as perdas humanas", diz a declaração.

Durante a conversa, o presidente russo afirmou que estava "pronto para trabalhar junto com seus parceiros norte-americanos em uma análise abrangente das possíveis formas de solução, que deve ser abrangente, sustentável e de longo prazo" e que deve levar em conta os interesses legítimos de segurança da Rússia e a "necessidade incondicional de eliminar as causas fundamentais da crise".

Iniciativa de cessar-fogo

Além disso, os presidentes discutiram a possibilidade de um cessar-fogo de 30 dias entre a Rússia e a Ucrânia. "No contexto da iniciativa do presidente dos EUA de estabelecer uma trégua de 30 dias, o lado russo apontou uma série de pontos essenciais relativos ao controle efetivo de um possível cessar-fogo ao longo de toda a linha de frente, a necessidade de parar a mobilização forçada na Ucrânia e o rearmamento das Forças Armadas ucranianas", afirmou o Kremlin.

Nesse contexto, os russos expressaram preocupação com "os sérios riscos associados à falta de comprometimento por parte do regime de Kiev, que já sabotou e violou repetidamente os acordos firmados".

Trump propôs que os dois lados do conflito cessassem os ataques mútuos a instalações de infraestrutura de energia por 30 dias, ideia que foi apoiada pelo líder russo, que por sua vez já instruiu as forças armadas do país a cessarem os ataques.

Resolução do conflito ucraniano

De acordo com o relatório, Putin enfatizou que a principal condição para evitar uma escalada do conflito e impulsionar os esforços para uma resolução negociada deve ser "a interrupção completa da assistência militar estrangeira e fornecimento de inteligência para Kiev".

"Os líderes confirmaram sua intenção de continuar os esforços para alcançar uma solução bilateral para o conflito ucraniano, levando em conta, entre outras coisas, as propostas acima mencionadas do presidente dos EUA. Grupos de especialistas russos e americanos estão sendo formados para esse fim", foi relatado.

O presidente russo também confirmou que está pronto para atender ao pedido de Trump e preservar as vidas dos militares ucranianos cercados na província russa de Kursk se eles se renderem. Putin e Trump concordaram em iniciar conversas sobre o lançamento de uma iniciativa para a segurança da navegação no Mar Negro.

Também deverá haver uma nova troca de prisioneiros entre Moscou e Kiev em que cada lado deverá trocar 175 combatentes capturados. Ao mesmo tempo, a Rússia entregará, "como um gesto de boa vontade", 23 militares ucranianos gravemente feridos que estão sendo tratados em hospitais russos.

Relações bilaterais

Os presidentes também discutiram outras questões de agenda internacional, como a situação no Oriente Médio e na região do Mar Vermelho. "Serão realizados esforços conjuntos a fim de estabilizar a situação em pontos de crise, cooperar na não-proliferação de armas nucleares e segurança global", disse o comunicado. De acordo com o Kremlin, esses esforços deverão contribuir na melhora das relações entre os EUA e a Rússia.

"Foi manifestado interesse mútuo na normalização das relações bilaterais à luz da responsabilidade especial da Rússia e dos Estados Unidos em garantir a segurança e a estabilidade no mundo. Nesse contexto, foi considerada uma ampla gama de áreas nas quais nossos países poderiam cooperar", afirmou o lado russo, indicando que Trump e Putin discutiram "várias ideias que vão na direção do desenvolvimento de uma futura cooperação mutuamente benéfica nos setores econômico e energético".