Europa está em pânico com telefonema entre Putin e Trump, revela imprensa alemã

Países europeus temem que um acordo entre os presidentes da Rússia e dos EUA possa ter "consequências devastadoras", como a retirada de tropas americanas de seus territórios.

A conversa telefônica entre Vladimir Putin e Donald Trump nesta terça-feira (18) tem "consequências potencialmente devastadoras para a segurança" da Europa e criou "uma atmosfera de alarme nas capitais europeias", diz um artigo do jornal alemão Bild.

O Kremlin informou que os dois presidentes discutirão questões relacionadas à normalização das relações entre a Rússia e os EUA, e a resolução do conflito ucraniano.

Enquanto o regime de Kiev teme que "Trump ceda a Putin territórios que ainda nem estão sob controle russo", os temores também se espalham na Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia, países que fazem fronteira com a Rússia.

Minas terrestres

De acordo com a mídia, os vizinhos da nação eurasiática temem que um acordo entre os presidentes da Rússia e dos EUA possa levar à retirada das tropas americanas de seus territórios, o que os privaria de sua defesa no caso de um hipotético "ataque do Exército russo daqui a alguns anos".

Esse cenário potencial foi o que levou esses cinco países vizinhos da Rússia a anunciar, na semana passada, sua intenção de se retirar da Convenção de Ottawa, que proíbe minas terrestres

Mudanças na constituição

Diante da possível perda do apoio militar dos EUA, "mesmo em caso de guerra" após o acordo entre Putin e Trump, a "pequena Lituânia" poderia até alterar sua constituição para permitir a instalação de armas nucleares e bases estrangeiras em seu território, logo após o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciar planos para "abrir um debate estratégico" sobre a proteção da Europa com armas nucleares francesas.

"Acreditamos que devemos considerar a alteração do artigo 137 da Constituição da República da Lituânia se nossos aliados propuserem planos realistas para a instalação de armas nucleares na Lituânia", afirmou o ministro da Defesa do país báltico, Dovile Sakaliene, na semana passada.

A França e o Reino Unido também estão se preparando para as "piores" consequências de um possível acordo entre Trump e Putin, com seus planos de enviar tropas para o território ucraniano "cada vez mais tomando forma", apesar de Moscou condenar esta possibilidade.