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Ex-mulher de fundador da Embelleze acusada de desviar mais de R$ 120 milhões em esquema de manipulação

A influenciadora Monique Elias supostamente criou uma identidade falsa para manipular e isolar Itamar Serpa Fernandes de sua família com o objetivo de roubar sua fortuna.
Ex-mulher de fundador da Embelleze acusada de desviar mais de R$ 120 milhões em esquema de manipulaçãoRedes sociais

Durante dez anos, Itamar Serpa Fernandes, fundador da Embelleze, uma das marcas de produtos de beleza mais conhecidas do Brasil, foi vítima de um elaborado esquema de manipulação que o isolou de sua família e o fez ser vítima de um golpe milionário.

Embora o empresário tenha morrido aos 82 anos de idade em julho após uma cirurgia malsucedida, a polícia revelou uma conspiração em torno dele e do personagem-chave do esquema: a influenciadora Monique Elias, ex-mulher de Itamar.

De acordo com a imprensa, Monique teria criado uma identidade falsa na internet para influenciar a vida do empresário e obter acesso à sua fortuna. A jovem se fez passar por "Jéssica Ferrer", uma suposta amiga com quem o dono da Embelleze se correspondia por meio de e-mails.

Com o tempo, a suposta amiga começou a instigar desconfiança na relação entre o empresário e seus associados e até mesmo o distanciou de seus entes queridos. "Ela elaborou uma estratégia deliberada e prolongada de manipulação e isolamento praticada contra Itamar", detalhou o delegado João Valentim Neto.

Os investigadores explicaram que essa identidade fictícia convenceu Itamar de que ele só poderia confiar em Monique, induzindo-o a tomar decisões financeiras em benefício dela.

Influência e manipulação

Monique e Itamar se conheceram em 2012 quando ela tinha 31 anos e o empresário de 72 anos estava emocionalmente fragilizado devido à perda de um filho. Pouco tempo depois de se conhecerem, decidiram morar juntos.

A mulher tinha um filho de um relacionamento anterior, chamado João, que foi adotado por Itamar. Após dois anos de convivência e o nascimento de filhos gêmeos, o relacionamento se deteriorou e eles se separaram.

Apesar do divórcio, Monique continuou a influenciar Itamar, exercendo controle sobre ele por meio da suposta "Jéssica Ferrer".

De acordo com a investigação, Monique manipulou Itamar por uma década. Na fase final do esquema, com a ajuda de seu filho João e de seu então sócio Matheus Palheiras, eles conseguiram se apropriar de 122 milhões de reais da vítima por meio de transferências bancárias, compra e venda de imóveis, alteração de apólices de seguro e fraudes em testamentos.

Fraudes e roubos

Monique, seu filho João e seu sócio Palheiras foram acusados de fraude, furto e associação criminosa. Eles também estão sendo investigados por suspeita de lavagem de dinheiro.

"Foram anos de trabalho, um trabalho de desconstrução da família, de desconstrução da própria integridade mental do Itamar", explicou Alexandre Costa da Silva, advogado da vítima.

As autoridades descreveram o esquema como uma manipulação meticulosa e prolongada que minou a estabilidade do empresário. 

Em 8 de junho de 2023, a situação chegou a um ponto crítico quando Itamar foi hospitalizado devido a um sangramento no fígado. Monique proibiu quase todos os filhos e irmãos do empresário de o visitarem no hospital, deixando-o completamente isolado.

Durante o período em que ele esteve hospitalizado, as autoridades identificaram 21 transferências bancárias da conta de Itamar feitas sem autorização, totalizando mais de 400 mil reais. O responsável por essas movimentações teria sido o filho de Monique.

Em um comunicado à imprensa, a influenciadora se defendeu das acusações e afirmou que está sendo vítima de uma campanha de difamação. "Mais uma vez, uma mulher honesta, que criou uma família e tem três filhos do falecido, está sendo atacada antes do devido processo legal. A justiça brasileira provará mais uma vez que a misoginia, o etarismo e preconceitos contra a mulher não podem prevalecer em nosso país", afirmou ela.