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Um trilhão a cada 100 dias: o efeito do aumento do bitcoin sobre a dívida dos Estados Unidos

Os analistas financeiros identificaram as implicações do aumento do bitcoin e as associaram à dívida soberana norte-americana.
Um trilhão a cada 100 dias: o efeito do aumento do bitcoin sobre a dívida dos Estados UnidosGettyimages.ru / Umit Turhan Coskun

Um aumento no preço das criptomoedas poderia ter um impacto sobre a dívida dos EUA, contribuindo para seu aumento, informa a Forbes.

O preço do bitcoin ultrapassou 69.000 mil dólares por cada moeda (dados no momento da publicação deste artigo) nesta terça-feira, tornando-o novamente um ativo de um trilhão de dólares, enquanto o mercado combinado de Ethereum, XRP e outras criptomoedas está bem acima de dois trilhões de dólares.

Os analistas alertam que o peso da dívida dos EUA deve aumentar para um trilhão de dólares a cada 100 dias, o que impulsionou o aumento do preço do bitcoin.

"A dívida nacional dos EUA está aumentando em um trilhão de dólares a cada 100 dias", escreve Michael Hartnett, estrategista-chefe do Bank of America, acrescentando que "não é de se admirar que as operações de 'enfraquecimento da dívida' estejam se aproximando a máximos históricos", ou seja, o ouro para 2.077 de dólares por onça e bitcoin para 67.734 [dados atuais no momento do encerramento das negociações em 4 de março].

"Espiral mortal" da dívida dos EUA

Além disso, a espiral da dívida norte-americana poderia levar os Estados Unidos a uma crise financeira já no próximo ano, escreve João Gomes, professor de finanças da Wharton Business School. "Sinceramente, isso poderia fazer desencadear a próxima administração", opinou Gomes.

"Se apresentarem planos para grandes cortes fiscais ou outro grande estímulo fiscal, os mercados poderão se revoltar, as taxas de juros podem disparar e teremos uma crise em 2025. Isso pode acontecer. Tenho certeza de que, de uma forma ou de outra, chegaremos a esse ponto até o final da década", afirmou.

Por sua vez, Nassim Taleb, o autor de 'O Cisne Negro', acredita que os EUA estão enfrentando uma "espiral mortal" de aumento da dívida. "Enquanto o Congresso continua estendendo o limite da dívida e fazendo acordos porque teme as consequências de fazer a coisa certa, essa é a estrutura política do sistema político, que acabará sendo uma espiral de dívidas. E uma espiral da dívida é como uma espiral mortal", sublinhou o pesquisador financeiro.

A dívida nacional dos EUA atingiu 34 trilhões de dólares no final de dezembro do ano passado, pela primeira vez na história. O aumento ocorreu três meses após a dívida federal do país ter ultrapassado 33 trilhões de dólares em setembro, quando o déficit federal aumentou devido à queda das receitas fiscais e ao aumento dos gastos federais.