O jornalista norte-americano Tucker Carlson questionou como é possível que o canal de notícias RT tenha sido proibido nos EUA, algo que vai contra a Constituição do país.
"Não é permitido interferir nisso, porque é contra a nossa Constituição, que é a base da nossa civilização, portanto, afastem-se!", declarou Carlson durante a entrevista com o jornalista Rick Sanchez, apresentador do programa "Impacto Directo" da RT.
"Neste país, o governo não tem permissão, pelo menos é o que nos dizem, para nos dizer para quem podemos trabalhar, quem podemos assistir ou quais meios de comunicação podem ou não transmitir", comentou Rick Sanchez.
Sem a possibilidade de "entender uma perspectiva diferente da ucraniana"
No entanto, a emissora RT destacou que, apesar disso, a administração do ex-presidente Joe Biden decidiu censurar o sinal após o início da operação militar especial russa na Ucrânia.
"Eles decidiram que ninguém nos EUA deveria ter o direito de entender uma perspectiva diferente da ucraniana. Portanto, a RT, que possivelmente compartilharia a perspectiva russa, não deveria ter permissão para continuar a operar nos EUA", afirmou.
E quanto às "liberdades civis" norte-americanas, perguntou Carlson novamente. "Bem, foi isso que pensei. Liberdade de expressão e tudo mais, onde isso foi parar?", respondeu o convidado com surpresa.
"É muito estranho, porque se você assistiu ao meu programa, e muita gente assistiu, ele foi um dos programas mais populares na América Latina, enorme na Índia, em várias partes do mundo, porque a RT é uma das redes jornalísticas e criadores de conteúdo mais respeitados do mundo", continuou. "E muitas pessoas acharam interessante ver uma perspectiva diferente da perspectiva normal que se tem aqui nos Estados Unidos", acrescentou.
"Trabalhar na RT foi quase um nirvana para mim"
Na entrevista, Sanchez também afirmou que a RT lhe deu a oportunidade de ter seu próprio programa, o que lhe permitiu discutir com diferentes jornalistas e acadêmicos e encontrar uma solução para os problemas da agenda internacional "antes de começarmos outra guerra mundial sangrenta".
"A RT ia me dar a oportunidade de fazer isso; eles não me pediram para ser russo, mas para ser um jornalista, que acabou sendo americano", contou, referindo-se à liberdade que a RT lhe deu para ser um jornalista imparcial que não toma partido. "Trabalhar na RT foi quase um nirvana para mim", exclamou.