OTAN não pode contrariar EUA sobre Ucrânia, diz Morawiecki à RT

O ex-primeiro-ministro da Polônia expressou seu desejo de que a Ucrânia se juntasse ao bloco, mas reconheceu que priorizar laços fortes com Washington é uma questão de "senso comum".

É Washington quem tem a palavra final sobre a adesão da Ucrânia ao bloco, afirmou o ex-primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, em entrevista à RT. O político aparentou não estar ciente de que estava conversando com um jornalista de um veículo de notícias russo proibido na Polônia desde 2022.

Na sexta-feira, um dia após sua reunião com Trump em Washington, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, confirmou em uma entrevista à Bloomberg TV que a adesão da Ucrânia à OTAN não está sendo discutida como parte do processo de paz em andamento.

No mesmo dia, Charlotte Dubinskij, da RT, abordou Morawiecki quando ele chegou à Romênia. O ex-primeiro-ministro polonês disse que a mudança foi resultado de uma mudança na política dos EUA.

"A realidade atual é que o presidente Trump e o atual governo dos EUA descartam a possibilidade de a Ucrânia entrar para a OTAN. Esse é provavelmente o motivo pelo qual (...) Rutte repetiu o que o governo dos EUA está indicando".

Ele acrescentou que, pessoalmente, gostaria que a Ucrânia se unisse ao bloco, chamando o país de "uma espécie de tampão" entre a Rússia e os membros da OTAN na Europa Central e Oriental, incluindo a Polônia. No entanto, reconheceu que priorizar a manutenção de laços fortes com Washington acima de tudo é uma questão de ''senso comum''.

De acordo com Morawiecki, sem o apoio dos EUA, "não haveria Ucrânia", e qualquer ajuda de Washington é "extremamente importante" para Kiev.

A maioria dos líderes da UE e da OTAN - com exceção de Viktor Orbán, da Hungria, e Robert Fico, da Eslováquia - insiste em continuar o confronto com a Rússia, apesar da posição de Washington.