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'Morte de muitas empresas': Trump ameaça tarifas de 200% sobre vinhos e agrava tensão com UE
Em retaliação a tarifas sobre uísque americano, o presidente dos EUA está elevando a tensão com a União Europeia e provocando forte reação do bloco.
O presidente dos EUA, Donald Trump, intensificou sua guerra comercial contra a União Europeia na quinta-feira (13), ao ameaçar impor uma tarifa de 200% sobre vinhos, champanhe e outras bebidas alcoólicas de países europeus, em resposta às tarifas aplicadas ao uísque americano.
A medida aumentou a tensão entre empresas e consumidores dos dois lados do Atlântico e gerou fortes reações de autoridades do bloco europeu. O ministro do Comércio Exterior da França, Laurent Saint-Martin, afirmou que Paris "continua comprometida" em reagir aos planos de Trump, em conjunto com a Comissão Europeia e seus parceiros.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, disse que o bloco não deseja uma guerra comercial, mas está pronto para retaliar caso Washington avance com as novas tarifas. "Não há vencedores em guerras comerciais, e quem se beneficia disso é a China, que observa à distância enquanto os EUA enfrentam a Europa", afirmou.
Kallas ressaltou que, se os EUA impuserem as tarifas, a UE defenderá seus interesses. "No fim, os consumidores pagam preços mais altos, e isso não beneficia ninguém. Por isso, tentamos evitar essas situações", declarou, acrescentando que o mais importante é "manter a cabeça fria".
"Guerra estúpida"
O ministro das Finanças da França, Éric Lombard, afirmou que os EUA "se prejudicam" ao tomar tais medidas. "Sabemos que Trump é um negociador e que sua estratégia envolve elevar tarifas primeiro. Para negociar com ele, precisamos estar em pé de igualdade", disse, lamentando a "guerra estúpida" iniciada por Washington.
Trump classificou a UE como "uma das estruturas tributárias e tarifárias mais hostis do mundo, criada exclusivamente para prejudicar os EUA". Ele alertou que, se o bloco não negociar, os EUA manterão sua posição. O presidente americano ameaçou impor a tarifa de 200% caso a UE não revogue a taxa de 50% aplicada ao uísque americano.
A escalada ocorre depois que a União Europeia impôs uma tarifa de 50% sobre bebidas alcoólicas dos EUA, além de outras sanções sobre produtos industriais e agrícolas, em retaliação às tarifas americanas sobre aço e alumínio europeus.
Quais seriam as consequências?
Representantes das indústrias de bebidas alcoólicas da Europa e dos EUA reagiram com preocupação, classificando a medida como "profundamente decepcionante" e "extremamente prejudicial" para as empresas do setor.
Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump já havia iniciado uma guerra tarifária contra a UE, aplicando tarifas de 25% sobre vinhos franceses e, posteriormente, sobre conhaques e destilados de alta qualidade. Em resposta, a UE impôs tarifas de 25% sobre o uísque americano. A disputa resultou em uma queda de 40% nas exportações do setor e um prejuízo de 500 milhões de euros (cerca de US$ 542 milhões), segundo a EuroNews.
"Morte para muitas empresas"
Um grande produtor de destilados, citado pelo jornal Le Figaro, afirmou que as tarifas de 200% podem significar "a morte de muitas empresas" do setor. "Estamos devastados com essa notícia", disse um representante da indústria.
Nicolas Ozanam, diretor-geral da Federação Francesa de Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas, afirmou que os produtores estão "fartos de serem sacrificados por questões que não têm relação com o setor".
Chris Swonger, presidente do US Distilled Spirits Council, alertou que as tarifas podem "prejudicar seriamente" a recuperação das exportações americanas de destilados para a UE.
Já a organização SpiritsEurope, que representa os produtores de bebidas alcoólicas do bloco, demonstrou "extrema preocupação" e advertiu que a medida "terá consequências devastadoras para o setor".
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