O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, confirmou, em uma entrevista concedida nesta sexta-feira à Bloomberg TV, que a adesão da Ucrânia ao bloco militar não está sendo mais considerada.
Rutte respondeu afirmativamente à pergunta da entrevistadora, que questionou se o presidente dos EUA, Donald Trump, realmente havia eliminado tal possibilidade da ''mesa de negociações''.
O holandês, que atuou como primeiro-ministro de seu país antes de comandar a aliança, também expressou sua convicção de que as relações entre a Rússia e a OTAN precisam ser normalizadas após o fim das hostilidades.
''Eu tive muitas negociações com Putin até 2014. Em meus primeiros anos como primeiro-ministro, tivemos muitas negociações. Eu acho que é normal, se a guerra parar, que a Europa de alguma forma, passo a passo, e também os EUA, passo a passo, restaurem relações com a Rússia".
Reunião com Trump
Na quinta-feira, Rutte reuniu-se com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca. Na ocasião, o presidente rechaçou a possibilidade de Kiev associar-se ao bloco militar:
''Eu poderia ser bonzinho e dizer que trabalharemos para que aconteça. Mas olha: não vai acontecer. Simplesmente não vai acontecer''.
Trump destacou ainda que essa ideia, atribuída ao seu antecessor, o ex-presidente Joe Biden, ''foi o que começou com tudo isso'', em referência ao conflito com a Rússia.
Nesta sexta-feira, através de sua plataforma Truth Social, Trump voltou a culpar Biden pelo conflito na Ucrânia:
"O corrupto Joe Biden nos colocou em uma verdadeira 'confusão' com a Rússia (e com todos!), mas eu vou nos tirar dela", afirmou Trump, reiterando que o atual conflito entre Moscou e Kiev não teria eclodido se ele fosse chefe de Estado na época. "Isso simplesmente 100% não teria acontecido", escreveu.