Notícias

Trump pode usar força militar para tomar o Canal do Panamá

O presidente dos EUA ordenou ao Pentágono que desenvolva planos para garantir controle total da hidrovia estratégica.
Trump pode usar força militar para tomar o Canal do PanamáGettyimages.ru / Marina113

O presidente dos EUA, Donald Trump, instruiu o Pentágono a elaborar planos para "proteger" o Canal do Panamá da suposta influência chinesa, segundo fontes citadas por Reuters, CNN e NBC.

O Canal do Panamá, uma rota marítima estratégica que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, está sob controle panamenho desde 1999, após os Tratados Torrijos-Carter, que garantem sua neutralidade e acesso a todas as nações.

Trump já ameaçou retomar o controle da hidrovia, alegando "taxas ridículas" e preocupações com a crescente presença chinesa na região.

O presidente americano não descartou o uso de força militar para assumir o canal, afirmando que todas as opções estão sobre a mesa para proteger os interesses econômicos e de segurança nacional dos EUA.

Em um memorando provisório de orientação estratégica de defesa, obtido pela CNN na quinta-feira (13), a Casa Branca pediu formalmente que o Pentágono apresente "imediatamente" opções para garantir o acesso irrestrito dos EUA ao canal.

"Forneça opções militares confiáveis para garantir o acesso militar e comercial justo e irrestrito dos EUA ao Canal do Panamá", diz uma das diretrizes do documento.

O Comando Sul dos EUA já trabalha em planos que vão desde uma "parceria" com as forças de segurança panamenhas até um cenário em que tropas americanas assumem o canal à força, disseram autoridades à NBC. Fontes citadas pela Reuters também afirmam que o Pentágono recebeu ordens para explorar alternativas militares para assegurar o acesso dos EUA à hidrovia.

Autoridades panamenhas rejeitaram as ameaças e alegações de Trump. A Autoridade do Canal do Panamá afirma que a hidrovia é operada exclusivamente por panamenhos e que não há evidências de controle chinês.

O presidente do Panamá, José Raul Mulino, declarou que o canal é um "patrimônio inalienável" do país e reforçou que o Panamá mantém controle total de suas operações.

No entanto, após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, entregar pessoalmente um ultimato de Trump em fevereiro, Mulino cedeu a Washington ao se recusar a renovar os acordos de 2017 com a China no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota de Pequim.

Se você quer saber por que o Canal do Panamá é tão importante, leia este artigo