Nova Délhi repatriou 549 cidadãos indianos que foram resgatados de centros de crimes cibernéticos localizados ao longo da fronteira entre Mianmar e Tailândia, informou o Ministério das Relações Exteriores do país na última quarta-feira (12).
Eles foram transportados por aeronaves militares em dois grupos na segunda (10) e na terça-feira (11). Os indianos estavam entre outros cidadãos de países asiáticos e africanos que viajaram para Tailândia ou Mianmar para buscar ofertas de emprego falsas em TI.
Após a chegada, foram traficados para centros de crimes cibernéticos, nas áreas da fronteira de Mianmar.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Randhir Jaiswal, informou no X que o governo tem feito "esforços contínuos" para que sejam libertados.
Essas pessoas foram posteriormente envolvidas no crime cibernético e em outras atividades fraudulentas em centros de golpes que operam em regiões ao longo da fronteira entre Mianmar e Tailândia, disse o ministério em um comunicado.
A maioria dos detidos foi libertada durante uma operação de repressão realizada pelas autoridades tailandesas, chinesas e de Mianmar. A operação levou à libertação de mais de 7.000 pessoas de complexos trancados, onde eram forçadas a enganar pessoas, principalmente dos EUA, informou a AP.
Centenas de cidadãos indianos foram vítimas de gangues criminosas que realizaram golpes semelhantes em países como Camboja, Laos e Tailândia, informou o Hindustan Times. Em janeiro, a embaixada de Nova Délhi no Laos resgatou 67 homens indianos que haviam sido traficados para centros de golpes cibernéticos que operavam em uma zona econômica especial.
Fraudes cometidas
O golpe do "abate de porcos", um tipo de fraude on-line em que as vítimas são convencidas a investir em plataformas falsas, é orquestrado por sindicatos criminosos chineses. O nome do golpe se origina de uma analogia em que um fazendeiro cria e engorda um porco antes de abatê-lo, simbolizando como os golpistas constroem gradualmente a confiança de suas vítimas antes de explorá-las financeiramente.
Esse problema veio à tona pela primeira vez em setembro de 2024, quando relatos da mídia afirmaram que milhares de indianos estavam presos em vários países do sudeste asiático, onde foram convocados para trabalhar como "escravos cibernéticos".
As autoridades de imigração de Nova Délhi informaram que, dos 73.138 indianos que visitaram determinados países com vistos de visitante entre janeiro de 2022 e maio de 2024, aproximadamente 30.000 não retornaram à Índia.