Notícias

China avança em projeto de viagem a Marte, enquanto Nasa sofre com cortes do governo Trump

O Tianwen-3 da China pode ultrapassar a NASA na corrida para trazer amostras do solo marciano à Terra.
China avança em projeto de viagem a Marte, enquanto Nasa sofre com cortes do governo TrumpGettyimages.ru / Space Frontiers/Hulton Archive

Começaram a ser aceitas inscrições para projetos científicos internacionais relacionados à missão Tianwen-3 da China à Marte programada para 2028. A missão poderá ser a primeira a coletar amostras de solo do planeta vermelho, informou a mídia na quinta-feira (13).

O Tianwen-3 consiste em um módulo de pouso, um lançador, um orbitador marciano e uma cápsula de reentrada terrestre que serão lançados separadamente do Centro Espacial Wenchang em dois foguetes Changzheng 5 ("Longa Marcha 5").

Enquanto a Administração Espacial Nacional da China (CNSA, sigla em inglês) convidava nesta quarta-feira (12) a comunidade científica mundial a participar de seu projeto, a NASA ainda enfrenta sérios desafios como a perda de seu cientista-chefe, por conta da primeira rodada de cortes iniciada pelo presidente Donald Trump, em meio às incertezas de sua futura missão à Marte.

A agência espacial chinesa CNSA está acelerando a seleção de projetos para a missão Tianwen-3, com inscrições abertas até junho e resultados a serem divulgados até outubro. Cada projeto selecionado terá direito a equipar o módulo marciano com até 20kg de instrumentos caso estejam prontos até 2027.

Os projetos devem atender aos objetivos científicos da Tianwen-3 que incluem a busca por sinais de vida em Marte e o estudo do solo marciano. O cientista Qian Yuqi disse que a missão está dentro do cronograma e enfatizou a importância dos sucessos chineses no espaço em meio às mudanças de pessoal na NASA. 

Cooperação em Marte: estratégias chinesas e americanas

O Tianwen-3 deverá retornar à Terra por volta de 2030. A carona para Marte a bordo do módulo chinês será gratuita para parceiros estrangeiros, mas eles devem cobrir os custos de desenvolvimento de seus projetos e compartilhar dados com a China. Os EUA e a China são os únicos países que conseguiram pousar veículos com sucesso em Marte.

Embora o rover 'Perseverance' da NASA continue a coletar amostras, a missão para recuperá-las foi adiada por vários anos devido a cortes orçamentários e demissões. O ex-administrador da NASA, Bill Nelson, afirmou que as amostras podem não voltar à Terra até 2039 na melhor das hipóteses.

Entre as novas estratégias da NASA está a cooperação com empresas privadas, mas a decisão final sobre o caminho a seguir cabe à nova liderança. Espera-se que o orçamento da NASA para 2025 sofra um corte de gastos com programas científicos de até 50%.