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Lukashenko: 'Os americanos não têm nenhum plano para o conflito na Ucrânia'

O presidente de Belarus acredita que Washington está "sondando o terreno".
Lukashenko: 'Os americanos não têm nenhum plano para o conflito na Ucrânia'Kristina Kormilitsyna

O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, afirmou nesta quinta-feira (13) que os EUA não têm um plano para resolver o conflito ucraniano.

"Posso afirmar com certeza que os americanos não têm planos para o conflito ucraniano. Absolutamente não. O que eles estão fazendo é sondar o terreno: o que essas pessoas querem e o que as outras pessoas querem? Falaremos sobre isso hoje. [O presidente russo] Vladimir Vladimirovich Putin me falará sobre o que foi acordado na Arábia Saudita, entre outras coisas", afirmou Lukashenko.

Ele destacou ainda que nos próximos dias o presidente Putin conversará com representantes de seu homólogo norte-americano, Donald Trump, sobre um possível acordo de trégua de 30 dias, entre outras coisas.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reúne nesta quinta-feira com seu homólogo bielorrusso, que chegou a Moscou em uma visita oficial.

"Eles não conseguirão montar uma armadilha para nós"

Lukashenko declarou também que, ao contrário do que fizeram com a Ucrânia, os EUA não são capazes de pressionar a Rússia.

"Já nos impuseram tantas sanções que não há mais nenhum lugar para impô-las. Então, [os EUA] pressionaram a Ucrânia e eles não têm outra escolha, [então] aceitaram os 30 dias. E os russos? O que são esses 30 dias [para os russos]? A economia e o complexo militar-industrial continuarão funcionando”, disse Lukashenko.

O líder de Belarus manifestou que não considera a proposta dos EUA de um cessar-fogo temporário como uma "armadilha". 

Ele também disse ter certeza de que muito em breve as forças russas libertariam completamente a província de Kursk, e enfatizou que o Exército ucraniano estava sofrendo derrotas em várias direções ao longo do front, especialmente perto da cidade de Krasnoarmeisk (conhecida na Ucrânia como Pokrovsk).

Anteriormente,  o conselheiro presidencial russo Yuri Ushakov disse à imprensa que um possível cessar-fogo temporário não favorece a Rússia, mas apenas dá aos ucranianos a chance de se rearmarem."Uma trégua temporária de 30 dias. Bem, o que isso faz? Não nos dá nada. Só dá aos ucranianos a chance de reunir forças e continuar com a mesma coisa", disse Ushakov na quinta-feira. 

Após conversas entre os EUA e a Ucrânia na terça-feira, Kiev aceitou a proposta dos EUA de um cessar-fogo de 30 dias, com a possibilidade de uma extensão se a Rússia concordar com a mesma medida. Pouco depois, os EUA disseram que planejam apresentar o que foi discutido à Rússia, já que "a bola está em seu campo".

Em janeiro, Putin comentou sobre a possibilidade de uma trégua temporária, explicando que não deve haver “uma espécie de trégua” que sirva para o rearmamento do regime de Kiev.