O Congresso argentino começou a debater na quarta-feira o "criptogate", o golpe envolvendo a moeda virtual "$Libra" que o presidente Javier Milei promoveu nas redes sociais.
Na sessão desta quarta -feira (12), os blocos de oposição na Câmara dos Deputados alcançaram quórum para iniciar a análise de uma série de propostas, incluindo a criação de uma comissão de inquérito e uma solicitação de relatórios de autoridades do governo nacional.
Após o debate, foi definida a data de 19 de março para que uma comissão receba pedidos de relatórios, interpelações e estude a criação de uma comissão investigativa dedicada ao caso.
Não haverá julgamento de impeachment
Por outro lado, a tentativa do bloco União pela Pátria (UxP-Kirchnerismo) de abrir um processo de impeachment contra o presidente Milei não teve sucesso. A votação resultou em 104 votos afirmativos e 128 votos negativos, deixando a iniciativa da oposição sem chance.
Durante o debate, o deputado nacional do PRO, Damián Arabia, acusou o kirchnerismo de ser um "golpista" por pressionar por um processo de impeachment contra Milei no caso Libra, informou a agência de notícias argentina.
Interpelações
Em relação à formação de uma comissão investigativa e à solicitação de relatórios do governo libertário, a oposição fez progressos, mas ainda precisa tomar algumas medidas adicionais.
Com 134 votos a favor e 94 contra , a Câmara dos Deputados aprovou a convocação das Comissões de Assuntos Constitucionais e de Petições, Poderes e Regimento para discutir e julgar os projetos, que incluem interpelações de membros do Poder Executivo, mas isso só deve ocorrer na semana que vem.
O chamado "criptogate" eclodiu em meados de fevereiro, quando o presidente Milei promoveu uma nova criptomoeda chamada $Libra nas redes sociais, que imediatamente aumentou de valor devido à recomendação presidencial. No entanto, em poucas horas, ele desabou.
O resultado foi US$ 100 milhões em lucros para alguns especuladores e criadores de moeda, e US$ 4 bilhões em perdas para a grande maioria dos investidores no mundo todo.
A justiça argentina já investiga o chefe de Estado e os empresários envolvidos sob acusações criminais de abuso de autoridade, fraude, tráfico de influência e suborno. Enquanto isso, foram registrados pedidos nos EUA e na Espanha para iniciar investigações devido a pessoas que foram enganadas em ambos os países.