
Haddad descarta retaliações e defende negociações com os EUA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quarta-feira (12) que a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está focando em negociações com os Estados Unidos na relação à tributação de 25% sobre o aço e o alumínio. A medida impacta diretamente as exportações brasileiras, que somaram US$ 3,2 bilhões em 2024.
Após reunião com representantes do setor siderúrgico, Haddad afirmou que os empresários apresentaram argumentos sólidos contra a tributação, destacando que a medida também não seria vantajosa para os próprios norte-americanos, informou a imprensa brasileira.

Segundo o ministro, os dados demonstram que a relação entre as indústrias do Brasil e dos Estados Unidos é de complementaridade, já que o Brasil é o maior exportador de aço semi acabado para os EUA, insumo essencial para a siderurgia norte-americana.
O relatório entregue pelos representantes da indústria será utilizado nas tratativas realizadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
“Vamos levar para a consideração do governo americano que há um equívoco de diagnóstico”, disse Haddad.
A estratégia do governo brasileiro, segundo nota conjunta do Ministério das Relações Exteriores e do MDIC, buscará alternativas de forma significativa com o setor privado para minimizar os impactos da tributação. Além das negociações diretas com os EUA, o Brasil pretende acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a medida.
Agora, o Ministério da Fazenda deve elaborar uma nota técnica com base nas propostas das siderúrgicas brasileiras. O documento será enviado ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que também chefia o MDIC, para subsidiar as negociações com os Estados Unidos.