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Argentina propõe flexibilização do Mercosul para acordos bilaterais
Governo de Milei sugere que países do bloco possam negociar individualmente com outras nações, mas ideia não tem apoio dos parceiros.
A Argentina apresentou, nesta terça-feira (11), durante reunião do Mercosul em Buenos Aires, uma proposta para permitir que os países do bloco negociem acordos de livre comércio de forma bilateral.
O governo de Javier Milei defende maior flexibilização do bloco , mas a medida enfrenta resistência de demais membros, de acordo com informado pela Folha de São Paulo.
A proposta já vinha sendo mencionada por Milei desde o início de sua gestão, mas surge em um momento em que o Brasil , o Paraguai e o Uruguai adotam uma postura competitiva à flexibilização do Mercosul . Apesar das expectativas, não foi apresentada uma proposta concreta de acordo comercial com os Estados Unidos.
O governo argentino sugeriu que, caso um consenso não fosse alcançado em duas reuniões do Grupo Mercado Comum (GMC), os países poderiam negociar individualmente com terceiros. Posteriormente, Buenos Aires solicitou que nem essas duas rodadas fossem permitidas, permitindo negociações diretas e independentes.
Diplomatas brasileiros apontam que a medida enfraquece a estrutura do bloco , que desde sua criação em 1991 se baseia no consenso entre os membros. O Protocolo de Ouro Preto, documento complementar ao Tratado de Assunção, estabelece que todas as decisões devem ser tomadas de forma unânime pelos Estados-parte.
Com a Argentina na presidência rotativa, a flexibilização do Mercosul se tornou um dos principais temas debatidos. O Brasil, que assume uma liderança no próximo semestre, pretende direcionar o foco para pautas sociais e promover a união aduaneira do bloco.