A cidade de Jeddah, na Arábia Saudita, se torna nesta terça-feira (11) o ponto de encontro para uma nova rodada de negociações entre Kiev e Washington com o objetivo de restaurar o diálogo e avançar em direção a uma possível solução para o conflito ucraniano.
Esta é a primeira reunião entre as delegações da Ucrânia e dos EUA após o bate-boca entre Vladimir Zelensky e Donald Trump no Salão Oval da Casa Branca em 28 de fevereiro. O esforço para aliviar as tensões após esse encontro também representa um novo capítulo nas tentativas diplomáticas de encerrar o conflito ucraniano.
O que será discutido?
Fontes da Reuters informaram que a reunião servirá para a delegação americana avaliar a disposição da Ucrânia em fazer concessões territoriais significativas à Rússia com o objetivo de encerrar o conflito armado.
Kiev, por sua vez, pretende persuadir Washington a retomar o apoio militar, informou o Financial Times. Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, comunicou aos repórteres no domingo que seu governo praticamente retomou o compartilhamento de inteligência com Kiev.
Dois altos funcionários ucranianos afirmaram à AP que a delegação de Kiev proporá um cessar-fogo que abranja o Mar Negro e os ataques com mísseis de longo alcance, bem como a libertação de prisioneiros.
Eles também observaram que a delegação ucraniana está pronta para assinar um acordo com os EUA sobre o acesso aos minerais de terras raras que o presidente Trump já vem tentando articular há algum tempo.
O que está em jogo?
A assistência militar e o fornecimento de inteligência dos EUA ao regime de Kiev está suspensa enquanto Washington pressiona por um acordo de paz.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e Vladimir Zelensky aterrissaram na Arábia Saudita na segunda-feira (10) com poucas horas de diferença entre os voos, embora a reunião das delegações dos dois países não preveja a participação do mandatário ucraniano.
Falando aos repórteres a bordo do avião, Rubio disse que ele e o assessor de Segurança Nacional, Mike Waltz, deverão avaliar as respostas da Ucrânia em Jeddah. Caso Kiev e Washington cheguem a um acordo aceitável para Trump, isso poderia acelerar a pressão de seu governo por negociações de paz.
Trump, por sua vez, está otimista quanto ao possível resultado das negociações. "Acho que, finalmente, e talvez não em um futuro distante, veremos alguns bons resultados saindo da [reunião na] Arábia Saudita nesta semana", declarou ele aos repórteres no Air Force One no domingo (9).
A equipe de negociação ucraniana inclui o chefe de gabinete de Zelensky, Andrei Yermak, o ministro das Relações Exteriores, Andrei Sibiga, e o ministro da Defesa, Rustem Umerov.
Os EUA são representados pelo conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, e pelo secretário de Estado, Marco Rubio, que também deverá se reunir com o príncipe saudita Mohammed bin Salman.