Rodrigo Duterte, ex-presidente das Filipinas, foi preso nesta terça-feira (11) no aeroporto de Manila, em cumprimento a um mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes contra a humanidade. A informação foi divulgada pela agência AP, citando autoridades filipinas.
O gabinete do presidente Ferdinand Marcos afirmou que Duterte foi detido pela polícia ao desembarcar de Hong Kong. O ex-presidente é investigado pelo TPI por execuções em massa durante sua violenta campanha antidrogas.
De acordo com números oficiais, mais de 6 mil pessoas morreram durante a repressão promovida por Duterte.
"Este é um grande e tão esperado dia de justiça", afirmou Randy delos Santos, tio de um adolescente morto pela polícia em uma operação antidrogas em Manila, em agosto de 2017.
Entenda o caso
Antes de assumir a Presidência, Duterte ganhou notoriedade como prefeito de Davao por sua política de tolerância zero contra o crime e o tráfico de drogas. Ele alegava ter reduzido drasticamente a taxa de crimes violentos na cidade, mas também foi acusado de envolvimento em execuções extrajudiciais. Essas ações serviram de base para a repressão que ele implementaria em nível nacional.
Na campanha para a eleição de 2016, Duterte chegou a pedir que a população "esquecesse as leis de direitos humanos" e prometeu matar traficantes de drogas, como dizia ter feito em Davao. Já no cargo, manteve uma retórica agressiva, chegando a insultar o então presidente dos EUA, Barack Obama.
Apesar de enfrentar problemas de saúde e a ameaça de prisão pelo TPI, Duterte se registrou como candidato à prefeitura de sua cidade natal. A iniciativa é vista como uma tentativa de reforçar sua influência política, em meio a desentendimentos entre sua filha, a vice-presidente Sara Duterte, e o presidente Ferdinand Marcos Jr.