A embaixadora brasileira Maria Laura da Rocha criticou duramente, no discurso na segunda-feira (10), a Organização dos Estados Americanos (OEA), acusando-a de ser irrelevante e seguir o caminho de exclusão e seletividade.
O discurso foi feito após a eleição do chanceler do Suriname, Albert Ramdin, como novo secretário-geral da OEA, em Washington, nos Estados Unidos.
"A lógica da exclusão, da estigmatização e do isolamento dos que pensam diferente voltou a dar as cartas em certas instâncias", afirmou a diplomata ao abordar os desafios que a organização enfrenta atualmente.
Ela denunciou também que a OEA optou "pela sanção e pelo opróbio público" em detrimento do diálogo e diplomacia.
"Com isso, a OEA perdeu legitimidade e relevância em determinados temas, vendo minguar sua capacidade de aportar soluções", enfatizou ela, citando o caso da Venezuela, criticada pela organização no verão do ano passado. Na ocasião, o Secretariado Geral da OEA rejeitou a eleição de Nicolás Maduro.
Felicitando a eleição do novo Secretário-Geral da OEA, Albert Ramdin, a representante brasileira apelou para que ele se empenhe em "retomar a confiança de todos na OEA e em seu papel na busca de uma região estável, democrática, justa e próspera".
Na segunda-feira (10), a Organização dos Estados Americanos (OEA) elegeu o chanceler do Suriname, Albert Ramdin, como novo secretário-geral. Ele contou com amplo apoio do Brasil, além de Bolívia, Chile, Colômbia e Uruguai.
O candidato apoiado pelos Estados Unidos, o chanceler do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, acabou desistindo da disputa.
Desde 2015, a organização era comandada pelo diplomata uruguaio Luis Almagro, que foi eleito com o apoio da primeira administração de Donald Trump e manteve uma linha alinhada aos interesses de Washington.