
Wall Street tem maior queda do ano em meio a temores de recessão

Wall Street registrou nesta segunda-feira (10) sua maior queda do ano, reflexo da crescente preocupação com uma possível recessão nos Estados Unidos. O índice S&P 500 recuou 2,7%, acumulando perdas significativas ao longo das últimas três semanas e se aproximando do que o mercado chama de "correção" — uma desvalorização de 10% ou mais em relação ao seu pico recente, de acordo com o jornal The New York Times.
As incertezas foram intensificadas após o presidente Donald Trump afirmar, em entrevista à Fox News no domingo (9), que suas políticas poderiam resultar em um "período de transição" para a economia, sem descartar a possibilidade de uma recessão. Durante a entrevista, quando questionado sobre a previsibilidade das tarifas comerciais, Trump sugeriu que novas medidas punitivas poderiam ser implementadas.

O mercado tem enfrentado forte volatilidade desde que o governo dos Estados Unidos anunciou mudanças em sua política tarifária. Nos últimos meses, Trump impôs, suspendeu e retomou tarifas sobre seus principais parceiros comerciais, incluindo Canadá, México e China. As oscilações frequentes e as isenções concedidas última hora aumentaram a incerteza entre os investidores.
Especialistas apontam ao jornal que a instabilidade não está apenas relacionada à imposição das tarifas, mas à falta de previsibilidade na condução da política econômica.
"A volatilidade do mercado tem muito menos a ver com as más notícias das tarifas e muito mais com a incerteza das tarifas, especialmente a incerteza quanto à política, para onde ela está indo, quanto tempo ela vai durar e qual será o resultado final", afirmou David Bahnsen, diretor de investimentos do Bahnsen Group.
Com o S&P 500 acumulando perdas de aproximadamente 9% em relação ao recorde atingido no mês passado, investidores seguem atentos aos desdobramentos das políticas comerciais dos Estados Unidos e seus impactos sobre a economia global.