Notícias
Presidente interino da Síria acusa 'forças externas' por violência
Mais de 700 civis da minoria alauita foram mortos por forças ligadas ao governo interino.
Em meio à crescente tensão, violência e massacres contra civis, o presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, acusou integrantes do governo deposto, apoiados por forças externas, de provocar confrontos que ameaçam desestabilizar ainda mais o país e levá-lo a um conflito interno.
Em discurso, al-Sharaa afirmou que as novas autoridades não permitirão que nenhuma "força externa ou grupo local" arraste a Síria para uma guerra civil.
"Hoje, neste momento crítico, enfrentamos um novo perigo, representado pelas tentativas dos remanescentes do antigo regime e de seus apoiadores externos de criar novos conflitos e arrastar nosso país para uma guerra civil, com o objetivo de dividi-lo e destruir sua unidade e estabilidade", declarou.
"Não permitiremos que nenhum grupo prejudique nossa unidade nacional ou ameace a paz civil", acrescentou.
Caos na Síria
Confrontos entre forças do governo interino e partidários do ex-presidente Bashar al-Assad começaram na quinta-feira (6), resultando em um grande número de mortos e feridos.
Nos últimos dias, vídeos mostrando assassinatos em massa, vitimando principalmente da minoria alauita, circularam nas redes sociais, exibindo mulheres e crianças entre as vítimas.
🚨 Jolani's government loyalists are storming civilian houses and killing its occupants pic.twitter.com/boRZ1ZySu3
— MenchOsint (@MenchOsint) March 7, 2025
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos informou no sábado (8) que 745 civis alauitas, minoria religiosa que apoia al-Assad, foram mortos em Latakia e Tartus. O número total de mortos na região desde o início dos confrontos chegou a 1.018, segundo a agência AFP.
A ONU afirmou que a situação na Síria "continua muito instável". Há relatos de milhares de deslocados para áreas costeiras e de que muitos civis feridos foram levados para hospitais na província de Homs.
Moscou e Washington solicitaram uma reunião a portas fechadas no Conselho de Segurança da ONU para discutir a crise síria nesta segunda-feira (10).
Comentando os acontecimentos, Ahmed al-Sharaa afirmou que "o que está acontecendo atualmente na Síria está entre os desafios esperados".