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Síria, mergulhada em um caos sangrento

Segundo a ONU, a situação em Latakia e Tartous "continua altamente volátil, com números não verificados de mortes e ferimentos de civis".
Síria, mergulhada em um caos sangrentoAP / Ghaith Alsayed

Os confrontos entre as forças do Estado sírio e os partidários do ex-presidente Bashar al-Assad, que eclodiram na quinta-feira na área costeira do país árabe, causaram "um grande número de mortos e feridos", declarou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Em um comunicado publicado no sábado em X, a organização humanitária afirmou estar "extremamente preocupada" com a situação violenta nas províncias de Latakia e Tartous e pediu a todas as partes que "garantam o acesso desimpedido à assistência médica e a proteção das instalações médicas".

Enquanto isso, a ONU comunicou que a situação na Síria "continua altamente volátil, com números não verificados de mortes e ferimentos de civis", acrescentando que um membro da equipe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos no Oriente Próximo foi morto na quinta-feira. Segundo a agência, milhares de pessoas teriam sido deslocadas para as áreas costeiras, e vários civis feridos teriam sido encaminhados para hospitais na província de Homs.

"Pedimos a todas as partes que cessem imediatamente as hostilidades e preservem os civis, a infraestrutura civil e as operações de socorro, (...) permitindo a entrega imediata, segura e desimpedida de assistência humanitária aos necessitados", diz a declaração conjunta do coordenador residente da ONU e coordenador humanitário para a Síria, Adam Abdelmoula, e do coordenador humanitário regional para a crise síria, Ramanathan Balakrishnan.

Enquanto isso, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, informou que 745 civis alauítas, que apoiam al-Assad, foram mortos nas áreas de Latakia e Tartous, elevando o número total de mortos na região para 1.018 desde quinta-feirasegundo a agência de notícias AFP.

Nesse contexto, as novas autoridades sírias enviaram um comboio das Forças de Segurança Geral da província de Idlib em direção à costa síria para "perseguir os remanescentes do regime extinto e estabelecer a segurança e a estabilidade na região", informa a Syrian Arab News Agency (SANA).

  • De acordo com a AP, esses são os maiores confrontos desde a queda do governo de Bashar al-Assad e a chegada ao poder das novas autoridades, lideradas pelo líder do Hayat Tahrir al Sham, Abu Mohamad al Julani, em dezembro do ano passado.