
Bolsonaro indica 13 testemunhas ao STF e classifica denúncia de golpe como 'inepta'

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou na última quinta-feira, 6, uma lista com 13 testemunhas que pretendem ouvir no Tribunal Federal (STF), no âmbito da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, informou a imprensa brasileira.
No mesmo documento, os advogados classificaram a acusação Suprema como “vaga”, “inepta” e “desorganizada” e solicitaram que o processo deixasse a Primeira Turma do STF e seja pelo plenário.

Entre os nomes arrolados como testemunhas estão o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), os senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Ciro Nogueira (PP-PI) e Rogério Marinho (PL-RN), além de ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, ministros e auxiliares do governo anterior.
Na manifestação entregue ao STF, os advogados Paulo Amador da Cunha Bueno e Celso Vilardi afirmam que a denúncia apresentada pela PGR " esmerou-se em contar uma boa 'estória ', que alimenta boas manchetes e anima o imaginário popular, mas que não sustenta uma ação penal". A alegação é de que o Ministério Público não apresentou elementos técnicos suficientes para embasar o processo contra Bolsonaro.
Outro ponto crítico foi a organização das provas no processo. Segundo os advogados, a denúncia reúne grande volume documental sem ordem definida , o que teria dificultado o trabalho de defesa.
“A quantidade de documentos que hoje formam os automóveis é gigante, para dizer muito pouco”, afirma. "Esse conjunto imenso de folhas e processos é apresentado pela acusação de forma desorganizada, sem qualquer sistemática."
A defesa também reiterou que não teve acesso a todas as provas, que seguem sob sigilo após decisão do ministro Alexandre de Moraes. A pesquisa possui 18 volumes e mais de três mil páginas.
O próprio Bolsonaro e seus aliados obtiveram críticas públicas à denúncia. Ao comentar o caso, o ex-presidente ironizou: “ Eu tramei com o Pateta, com o Pato Donald, com o Mickey Mouse , só pode ser isso aí”. A declaração faz referência ao fato de que esteve nos Estados Unidos durante os atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, já havia chamado a acusação de “ golpe de Estado da Disneylândia , sem armas, sem um plano, e enquanto ele estava em Orlando, provavelmente debatendo estratégias com o Pateta” .
A denúncia da PGR, enviada ao STF em março, sustenta que Bolsonaro liderou uma tentativa de golpe para manter-se no poder após as eleições de 2022. A análise do caso segue sob relatoria de Alexandre de Moraes.