
Indústria automobilística europeia corre 'risco mortal'

A indústria automotiva na Europa enfrenta uma grave ameaça, o que levou Bruxelas a lançar um plano para competir com rivais dos Estados Unidos e da China, afirmou o vice-presidente executivo da Comissão Europeia para estratégia industrial e prosperidade, Stéphane Séjourné, em entrevista à AFP na quarta-feira (5).
Séjourné classificou a situação atual como um "risco mortal".
Os riscos crescentes para o setor automobilístico europeu incluem o fechamento de fábricas devido aos altos custos de produção e à queda na demanda, a concorrência de carros elétricos chineses mais baratos e as tarifas de 25% anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no fim de fevereiro.
A crise no setor reflete o declínio da indústria europeia em geral, agravado por suas próprias políticas, como as sanções antirrussas que privaram a Europa do gás russo barato.

"Um momento crucial"
Diante desse cenário, Bruxelas anunciou, na quarta-feira, um plano para salvar os fabricantes de automóveis europeus, que representam 7% do PIB da União Europeia e geram 13 milhões de empregos.
"Este é um momento crucial para o setor. A Comissão Europeia está deixando para trás sua ingenuidade, protegendo a indústria e dando-lhe uma chance de ser mais competitiva", disse Séjourné.
Ele afirmou que, entre outras medidas, o plano prevê o aumento da demanda por veículos elétricos europeus por meio de sua adoção em frotas corporativas e o fornecimento de apoio direto a fabricantes locais de baterias para que possam competir com as versões mais baratas produzidas no exterior.
"Quero que os consumidores europeus possam comprar carros europeus", afirmou. Para isso, a UE introduzirá gradualmente exigências de conteúdo europeu para células e componentes de baterias em carros elétricos vendidos no bloco, disse ele.