
Alemanha quer dar outro tiro no pé

A Alemanha avalia quais mecanismos pode usar para impedir a retomada da operação do gasoduto Nord Stream 2, informou o jornal Bild na terça-feira (4).
Segundo a publicação, Berlim teme que Rússia e Estados Unidos cheguem a um acordo para reativar a infraestrutura.
O jornal afirma que representantes de Moscou e Washington discutem há semanas "a compra do gasoduto danificado no Mar Báltico por investidores americanos".

O governo alemão considera "realista" um possível acordo entre EUA e Rússia. "As alavancas disponíveis para a Alemanha para impedir a retomada do Nord Stream 2 estão sendo intensamente estudadas", diz o Bild.
O Ministério da Economia da Alemanha declarou que "a independência do gás russo é de importância estratégica para o governo alemão em termos de política de segurança, e ele está aderindo a essa posição".
"Além disso, o gasoduto Nord Stream 2 não é certificado e, portanto, não tem autorização legal para operar", acrescentou.
Após a sabotagem dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, três dos quatro tubos foram destruídos. Especialistas citados pelo Bild estimam que o custo do reparo ultrapassaria 500 milhões de euros.
Alemanha se distancia da energia russa e entra em crise
A economia alemã se baseava no acesso à energia barata, mas, em 2022, Berlim decidiu renunciar aos recursos energéticos russos.
A interrupção do fornecimento elevou os custos da energia. A Alemanha dependia da Rússia para cerca de 55% de suas compras de gás natural e tem buscado formas de compensar o déficit.
Nesse cenário, grandes empresas, como Volkswagen, Bosch e BASF, tiveram que demitir funcionários e fechar fábricas, enquanto a crise na indústria alemã se agrava.
Na tentativa de encontrar alternativas, Berlim recorreu a seus parceiros, incluindo os Estados Unidos, para comprar gás natural liquefeito, a preços mais altos.