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WSJ revela detalhes do acordo de paz entre Rússia e Ucrânia discutido em março de 2022

Entre outras coisas, o documento indica como os negociadores de ambos os lados pretendiam transformar a Ucrânia em "um estado permanentemente neutro que não participa de blocos militares".
WSJ revela detalhes do acordo de paz entre Rússia e Ucrânia discutido em março de 2022Legion-media.ru / Westlight

O rascunho do acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia discutido em conversas em Istambul, em março de 2022, previa que a Crimeia continuaria a fazer parte do território russo, informa o The Wall Street Journal, que afirma ter obtido acesso ao documento.

O projeto, datado de 15 de abril de 2022, observa como os negociadores de ambos os lados pretendiam encerrar o conflito concordando em tornar a Ucrânia "um estado permanentemente neutro que não participa de blocos militares". 

Segundo o WSJ, o acordo previa que, embora a Ucrânia tivesse permissão para "aspirar a ingressar na União Europeia, ela não poderia fazer parte de alianças militares como a Organização do Tratado do Atlântico Norte". Além disso, "nenhuma arma estrangeira" seria "permitida no território ucraniano" e "o exército ucraniano seria reduzido a um determinado tamanho".

O tratado deveria ser garantido por várias potências, incluindo os Estados Unidos, o Reino Unido, a China, a França e a Rússia, detalha a mídia.

Nesse contexto, o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, disse que a minuta do acordo perdeu sua relevância, e é por isso que o Kremlin não gostaria de publicá-la. "Em março de 2022, havia algumas condições, hoje há outras e um status legal diferente dos territórios que se tornaram regiões da Federação Russa", disse. O porta-voz ainda lembrou que "todo o processo de negociação foi encerrado pela decisão do lado ucraniano, que se baseou nas ordens do Reino Unido".