
Quanto tempo Ucrânia aguenta sem ajuda dos EUA?

Após a recente suspensão da ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia, o regime de Kiev pode manter o atual ritmo dos combates por algumas semanas ou, no máximo, até o início do verão, revelaram autoridades ocidentais à CNN nesta segunda-feira (3).
Antes da posse de Donald Trump, em 20 de janeiro, o governo de Joe Biden acelerou o envio de equipamentos militares para Kiev, fornecendo um estoque de armas avançadas. No entanto, as fontes ouvidas pela imprensa não acreditam que isso seja suficiente para sustentar a Ucrânia no campo de batalha.
Embora a União Europeia possa tentar substituir as remessas de artilharia dos Estados Unidos, a maioria das armas de alta tecnologia usadas pelas forças ucranianas vem de Washington, acrescentaram as fontes.
"O impacto será enorme. Eu o chamaria de 'incapacitante'", disse Mark Cancian, consultor do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. Segundo ele, os efeitos mais severos do corte da ajuda devem ser sentidos dentro de dois a quatro meses, já que, por ora, a assistência europeia ainda permite que Kiev se mantenha na luta.

Problemas vão surgir em alguns meses
O chefe do comitê de defesa da Duma Estatal, Andrey Kartapolov, afirmou à agência RIA Novosti que a Ucrânia pode resistir entre dois e três meses sem a ajuda militar dos Estados Unidos, utilizando os estoques já acumulados.
No entanto, as dificuldades devem se intensificar após esse período, disse Kartapolov. Ele acrescentou que a Rússia precisa "continuar a cumprir as tarefas, continuar a pressionar e seguir atacando com armas de precisão de longo alcance bases e armazéns, eliminando esses estoques acumulados".
- Nesta segunda-feira (3), Trump ordenou a suspensão de todo o apoio militar à Ucrânia até que os líderes do país demonstrem um compromisso de boa-fé com a paz.
- A medida afeta todo o equipamento militar norte-americano que ainda não chegou à Ucrânia, incluindo armas que estão sendo transportadas por aviões e navios ou que aguardam envio na Polônia. Segundo uma fonte citada pela imprensa, Trump determinou que o secretário da Defesa, Pete Hegseth, execute a pausa no fornecimento.