
País africano manifesta interesse em cooperação nuclear com a Rússia

A Namíbia considera a Rússia um parceiro confiável e está interessada em cooperar com o país em diversos campos, incluindo no de energia nuclear, declarou recentemente o vice-diretor da Universidade da Namíbia (UNAM), Frediard Gideon, segundo a agência de notícias African Initiative.

"A Namíbia é o quarto maior produtor de urânio do mundo. Começamos a minerá-lo em 1976. O urânio é produzido, mas é imediatamente exportado. Muitos estrangeiros vêm para a África e levam tudo", observou Gideon no fórum "Rússia-África: Educação Nuclear - Potencial para um Desenvolvimento Regional Bem-sucedido), realizado na sexta-feira (28) na Universidade Amizade dos Povos (RUDN), em Moscou.
Ele destacou que a Rússia, pelo contrário, é "um parceiro confiável e igualitário". "É por isso que estamos interessados na cooperação", acrescentou.
História da cooperação
O país africano estabeleceu relações diplomáticas com a Rússia em 21 de março de 1990 e, desde então, passaram a cooperar nas esferas política, econômica, comercial e humanitária.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, anunciou, após conversas com seu colega namibiano Peya Mushelenga em março passado, que os dois países pretendem impulsionar o comércio e os investimentos em vários setores. Lavrov destacou as oportunidades de cooperação em recursos minerais, energia, agricultura, turismo e saúde.
Em novembro, Mushelenga disse à RT, às margens da Conferência Ministerial do Fórum de Parceria Rússia-África, que uma equipe técnica conjunta foi criada para realizar explorações geológicas a fim de descobrir o potencial de mineração da Namíbia.
"Ferramenta para o desenvolvimento pacífico"
Discursando no mesmo fórum de educação nuclear, o advogado sul-africano Nkazimulo Moyeni disse: "A Rússia continua sendo um parceiro confiável que compartilha tecnologia e conhecimento".
"O tema da energia nuclear é estigmatizado. Devemos mostrar que ela não é apenas uma arma, mas também uma ferramenta para o desenvolvimento pacífico que pode salvar vidas e melhorar a qualidade de vida das pessoas em todo o continente africano", destacou.
- O evento, organizado pela RUDN e pela gigante russa da energia nuclear Rosatom, acontece desde 2020 e tem como objetivo promover a educação nuclear nos países parceiros, além de aumentar o interesse e a confiança na tecnologia nuclear.