Brasil sobre Governo Netanyahu: "Ação militar em Gaza não tem limites éticos nem legais"
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil condenou os recentes ataques do exército israelense contra civis que aguardavam na Faixa de Gaza a entrega de ajuda humanitária e afirmou que a "ação militar" do governo de Benjamin Netanyahu "não tem limites éticos ou legais".
"O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão", manifestou o Itamaraty através de um comunicado.
Ataque a tiros contra palestinos que aguardavam o recebimento de ajuda humanitária na Faixa de Gaza: https://t.co/KnfkRdbqyVpic.twitter.com/VSxvzcWAFc
— Itamaraty Brasil 🇧🇷 (@ItamaratyGovBr) March 1, 2024
"A humanidade está falhando com os civis de Gaza"
"A humanidade está falhando com os civis de Gaza. E é hora de evitar novos massacres", complementa a nota.
Lula da Silva é um dos líderes mundiais que mais manifesta contrariedade à operação israelense em Gaza, que já deixaram mais de 30.000 civis palestinos mortos, dentre os quais incluem-se 12.000 crianças.
Brasília e Tel Aviv protagonizam uma crise diplomática desde que o mandatário comparou as vítimas palestinas aos crimes de perpetrados por Adolf Hitler contra os judeus durante o Holocausto.
O comunicado de seu Governo lamenta também "a inação da comunidade internacional diante dessa tragédia humanitária", que serve como um "velado incentivo para que o governo Netanyahu continue a atingir civis inocentes e a ignorar regras básicas do direito humanitário internacional".
Declarações cínicas e ofensivas às vítimas do incidente, feitas horas depois por alta autoridade do governo Netanyahu, devem ser a gota d’água para qualquer um que realmente acredite no valor da vida humana.
Ambos os governos chamaram seus respectivos embaixadores para consultas, enquanto Brasília denunciou uma campanha de "mentiras" e expressões "desrespeitosas" contra Lula, já que ele foi acusado de antissemitismo por perfis de órgãos do governo de Netanyahu.