Vários países da América Latina condenaram na quinta-feira os recentes bombardeios do Exército israelense contra civis que aguardavam a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Um total de 112 pessoas foram mortas e 760 ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave palestino.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, um dos mais críticos de Israel e recentemente declarado 'persona non grata' pelo país judeu, reuniu-se na quinta-feira com seu homólogo da Guiana, Irfaan Ali, e os dois discutiram assuntos de interesse internacional, incluindo o conflito com a Palestina.
"Ambos os presidentes expressaram sua profunda preocupação com a dramática situação humanitária em Gaza e reiteraram seu apelo por um cessar-fogo imediato e pela retomada do processo de paz", segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
A Chancelaria mexicana expressou sua "condenação categórica" ao ataque israelense contra civis no enclave palestino. "O México reitera a necessidade de um cessar-fogo imediato que permita a entrada de ajuda humanitária suficiente e de forma segura em toda a Faixa de Gaza", declarou a instituição na sua conta oficial do X.
"Pedindo comida, mais de 100 palestinos foram mortos pelo [primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu", escreveu o presidente colombiano, Gustavo Petro, no X. "Isso se chama genocídio e lembra o Holocausto, mesmo que as potências mundiais não gostem de reconhecê-lo", indicou.
Petro anunciou na mesma publicação que a Colômbia está suspendendo todas as compras de armas de Israel. "O mundo deve bloquear Netanyahu", declarou.
O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia expressou sua "mais forte condenação" ao evento, no qual as forças israelenses "dispararam de forma indiscriminada" contra o território sitiado.
Por sua vez, o Governo venezuelano denunciou a "prática sistemática de aniquilação e genocídio realizados pelas forças sionistas contra o povo de Palestina no território da Faixa de Gaza".
"Esse ato abominável se soma às contínuas ações desumanas e exterminadoras contra civis inocentes e indefesos que vêm ocorrendo desde o início da escalada de violência em 7 de outubro de 2023; até agora, sob absoluta impunidade", segundo o comunicado.
O ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, juntou-se às declarações dos altos líderes e altos funcinários regionais e internacionais que exigem o cessar-fogo "imediato".
"Israel está cometendo um novo crime contra a humanidade ao bombardear pessoas que estavam se reunindo para receber alimento", disse no X.
Resposta israelense
Enquanto isso, as Forças de Defesa de Israel alegaram que as pessoas ficaram feridas "como resultado de empurrões e atropelamentos" ao cercarem os caminhões e por "saquearem" os suprimentos que estavam sendo entregues.
Até o momento, Tel Aviv não comentou sobre a posição diplomática das nações latino-americanas em sua rejeição ao que aconteceu em Gaza.